Cotidiano

Centrais sindicais se reaproximam e criticam reformas de governo Temer

SÃO PAULO – Após um período de afastamento causado pelas opiniões divergentes em relação ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, as seis maiores centrais sindicais do Brasil voltaram a se aproximar. Reunidas em assembleia, o grupo aprovou um documento único em que faz críticas ao governo, a reformas propostas pelo presidente interino Michel Temer e propõe medidas para a recuperação econômica. Segundo o documento, assinado pelos presidentes das seis centrais, os trabalhadores enfrentam dois desafios: o aumento do desemprego com redução de salários e o desmonte de políticas de inclusão social.

Em relação ao desemprego, as centrais sindicais afirmaram que o governo não tem atuado para a solução do problema. Para os representantes dos sindicatos, a proposta de reforma da Previdência foi classificada como inaceitável, entre elas a instituição de uma idade mínima para adquirir o direito à aposentadoria. O grupo ainda teceu críticas à proposta de flexibilização das leis trabalhistas, que aumentaria a importância de acordos negociados entre patrões e empregados, com a simplificação da legislação.

Entre as medidas propostas no documento, está a redução da taxa de juros e da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários, além da retomada do investimento público. A unificação de propostas representa uma mudança em relação à postura das centrais sindicais. Logo após assumir a presidência interina, Michel Temer convocou uma reunião com as centrais sindicais, mas apenas as quatro que apoiaram o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff compareceram: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), próximas à presidente Dilma, recusaram o convite.

Segundo Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, a reaproximação é obrigação das centrais devido às propostas de mudança na Previdência e nas leis trabalhistas.

? Nós vivemos num período de grande turbulência, é natural que o movimento tenha opiniões distintas. Mas para defender emprego, Previdência e leis trabalhistas, as centrais têm obrigação de estarem unidos. Essa questão prepondera – disse.