Cotidiano

Casa Branca recua e diz que colônias não ajudam na paz em Israel

ISRAEL-PALESTINIANS_OUTPOST-GIT33NQ6H.1.jpgWASHINGTON – A Casa Branca mudou de tom sobre Israel nesta quinta-feira. Apesar de afirmar que ainda não adotou uma postura oficial frente à construção de novas colônias israelenses na Cisjordânia ocupada, sugeriu que “não seriam de ajuda” para resolver o conflito. A mudança de rumo vem após o governo de Benjamin Netanyahu anunciar o primeiro assentamento em mais de 20 anos para balancear a desparopriação de uma colônia considerada ilegal pela própria Justiça do país. amona

? Embora não acreditemos que a existência de assentamentos seja um impedimento para a paz, a construção de novos assentamentos, ou a expansão dos existentes além de suas fronteiras atuais, não seriam de ajuda para alcançar esse objetivo ? declarou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

Israel informou na quarta-feira que vai estabelecer um novo assentamento na Cisjordânia ocupada, o primeiro desde o final dos anos 1990, para colonos despejados no mesmo dia de um posto avançado construído em terras particulares de palestinos.

Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense disse que ele está sendo fiel ao compromisso assumido com os colonos de Amona e que ordenou a formação de um comitê para localizar uma área onde as casas possam ser erguidas.

“Tal como prometido um mês e meio atrás aos colonos, (Netanyahu) criou um comitê que irá promover o estabelecimento de um novo assentamento… ele irá começar a trabalhar imediatamente para encontrar um local e estabelecer o assentamento”, disse o informe.

O anúncio foi feito pouco depois de a Suprema Corte de Israel rejeitar um plano do governo de reassentar alguns dos colonos de Amona em um terreno adjacente por determinar que as casas construídas ali também usurpariam terras palestinas.

De acordo com o grupo de direitos humanos israelense B’Tselem, Israel estabeleceu novos assentamentos na Cisjordânia pela última vez em 1999, embora postos avançados como o de Amona, que seus moradores criaram sem permissão oficial, tenham sido construídos bem mais recentemente.

Cerca de 330 colonos israelenses moram em Amona, o maior de dezenas de postos avançados erguidos na Cisjordânia. Em novembro, após uma longa batalha legal, a Suprema Corte decidiu que os assentados tinham que partir porque suas casas foram construídas em propriedades particulares de palestinos.

Na quarta-feira, manifestantes de direita entraram em confronto com policiais israelenses que cumpriram a ordem de um tribunal e despejaram os colonos de Amona, horas depois de o governo anunciar mais construções em assentamentos maiores. Israel desmantela emblemática colônia Amona na Cisjordânia