WASHINGTON ? A Casa Branca afirmou, neste domingo, que irá lutar contra os meios de comunicação “com unhas e dentes” para combater o que os funcionários veem como ataques injustos ao presidente Donald Trump. O tom utilizado pela Casa Branca pode fazer com que o relacionamento tradicionalmente conflituoso entre imprensa e o agora presidente adquira um um novo nível de rancor.
Um dia após o Trump usar sua primeira visita à sede da CIA para acusar a mídia de subestimar o tamanho do público em sua cerimônia de posse, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, expressou indignação pelas reportagens que classificou como “ataques”.
? A questão não é o tamanho da multidão. A questão são os ataques e a tentativa de deslegitimar esse presidente em um dia, e não vamos aceitar isso ? disse Priebus à “Fox News Sunday”.
Priebus também reclamou de uma reportagem que afirmava que o busto de Martin Luther King Jr tinha sido removido do Salão Oval. A publicação, que foi ao ar na noite de sexta-feira, foi rapidamente corrigida, mas Trump chamou o repórter pelo nome em seu discurso na CIA, no sábado.
? Nós vamos lutar com unhas e dentes todos os dias [contra alegações semelhantes] ? prometeu Priebus.
O chefe de Gabinete também repetiu as acusações feitas pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, de que a mídia manipulou fotografias do National Mall para mostrar multidões menores na cerimônia de posse de sexta-feira.
COMPARAÇÃO COM POSSE DE OBAMA E MARCHA DAS MULHERES
Fotografias aéreas mostram que a multidão para a posse de Trump foram menores do que a de 2009, quando Barack Obama, o primeiro presidente negro do país, tomou posse.
A inesperada alta participação na marcha das mulheres em Washington, no sábado, também foi maior do que a da posse do milionário, de acordo com a análise de cientistas especializados em contagem de população. O sistema de metrô de Washington informou que 275 mil passageiros entraram até as 11h (14h no horário de Brasília)
O metrô também divulgou que, na sexta-feira, 193 mil usuários haviam passado pelo sistema até as 11h, em comparação com 513 mil que usaram o meio de transporte até as 11h no dia da posse de Obama, em 2009.