Cotidiano

Capriles critica indiferença do Brasil diante da crise na Venezuela

2016 916290776-201606141610230982.jpg_20160614.jpgBRASÍLIA ? Um dos líderes da oposição venezuelana, Henrique Capriles, criticou a ?indiferença? do Brasil em relação à situação política e econômica de seu país e pediu o apoio do governo interino para a realização do referendo revogatório que poderá destituir Nicolás Maduro. Capriles

Capriles, que é governador do estado de Miranda e foi candidato a presidente duas vezes, já passou pelo Paraguai e pela Argentina, antes de chegar ao Brasil, onde se encontra, na tarde desta terça-feira, com o chanceler José Serra. Ele tenta ainda uma reunião com o presidente interino Michel Temer. Após sair de uma reunião com senadores que apoiam a oposição na Venezuela, Capriles fez um apelo ao país.

? Está na hora, queremos que o governo do Brasil defenda os princípios constitucionais, da democracia ? disse Capriles, acrescentando: ? Espero que acabe a indiferença do Brasil, de coração.

MANIFESTANTES TENTAM INVADIR ITAMARATY

O oposicionista ressaltou, porém, não pedir que o Brasil exerça ?ingerência? sobre o país, mas apenas que defenda o cumprimento da Constituição. Capriles disse temer que a Suprema Corte da Venezuela derrube o referendo que a oposição conseguiu convocar colhendo assinaturas da população. Ele se disse preocupado com a crise humanitária vivida pelo país, com a falta de medicamentos e de alimentos, além de alta inflacionária.

Após a reunião de parlamentares com Capriles, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, afirmou que o Brasil deve apoiar a oposição venezuelana pela saída de Maduro. Ele defendeu que o país se posicione, na próxima reunião da Organização dos Estados Americanos, por sanções contra o presidente venezuelano.

? Se mudou o governo do Brasil, é fundamental que mude nossa postura em relação aos vizinhos.

Enquanto Serra se reunia com o opositor venezuelano Henrique Capriles, um grupo de manifestantes tentou invadir o prédio do Itamaraty. Com cartazes em que chamam o chanceler de ?entreguista do pré-sal?, os militantes gritaram palavras de ordem contra a saída de Dilma Rousseff, chamando de golpe. Eles hastearam bandeiras do MST e do Brasil.