Julian Assange terá um mês para deixar a representação diplomática do Equador em Londres, onde o australiano vive exilado há quase cinco anos, caso Guillermo Lasso, o principal candidato da oposição do governo, vença as eleições presidenciais nas próximas semanas. assange
Em entrevista ao jornal britânico Guardian, Lasso afirma que já é hora do fundador do Wikileaks se mundar, uma vez que seu asilo é caro e não mais justificado.
“O povo equatoriano tem pago um custo que nós não deveríamos ter de suportar. Nós iremos cordialmente pedir que o senhor Assange saia em 30 dias a partir do momento em que eu tome posse”, disse Lasso, do Movimento Criando Oportunidades (MCO), ao periódico.
Apesar de aparecer em segundo lugar nas intenções de voto, pesquisa recente mostra Lasso sete pontos atrás do candidato da situação, Lenín Moreno, ganhando mais espaço na corrida eleitoral, e com chances reais de levar a disputa para o segundo turno, no pleito que acontece no próximo dia 19.
Ainda que Lasso perca as eleições para o vice de Rafael Correa, atual presidente do país, a possibilidade de Assange ter de deixar a embaixada em Knightsbridge tem crescido nos últimos tempos. Embora a posição do governo atual seja de solidariedade a ele, existe uma crescente frustração entre os funcionários da embaixada.
“Nossa equipe tem passado por muitas coisas. Há um custo humano”, disse o chanceler do Equador Guillaume Long. “Esta é, provavelmente, a embaixada mais vigiada do planeta.”
O edifício em Knightsbridge tem estado sob vigilância constante da polícia e de agências secretas do Reino Unido desde que o Equador deu asilo a Assange, em junho de 2012, para impedir a extradição do australiano para a Suécia, onde as autoridades desejam interrogá-lo por um processo de agressão sexual aberto por duas mulheres contra o fundador da WikiLeaks.