Cotidiano

Após confrontos, Israel conclui demolição da maior colônia ilegal da Cisjordânia

PALESTINIAN-ISRAEL-CONFLICT-SETTLERJERUSALÉM ? Após mais de 24 horas de resistência e confrontos, as autoridades israelenses concluíram nesta quinta-feira o desmantelamento de Amona ? a maior colônia ilegal da Cisjordânia ocupada. A polícia invadiu uma sinagoga e retirou os últimos manifestantes que montaram uma barricada no local. Para compensar a demolição, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu estabelecer um novo assentamento ?o mais rapidamente possível?.

Centenas de policiais iniciaram na manhã da quarta-feira a retirada de entre 200 e 300 moradores da emblemática colônia, na sequência de uma decisão da Justiça israelense. Os agentes enfrentaram centenas de jovens que vieram de colônias judaicas vizinhas com fortes convicções e a certeza de que essas terras da Cisjordânia ? território palestino ocupado desde 1967 ? são israelenses. Durante a operação, mais de 40 policiais ficaram feridos, 800 pessoas foram afastadas do local e 13 detidas.

O destino de Amona há muito tempo ameaçava desestabilizar a coalizão do premier, que inclui o partido de extrema-direita pró-assentamentos Lar Judaico e outras legendas que se opõem à demolição da colônia.

Os colonos começaram a se instalar ilegalmente em Amona no fim dos anos 1990. O Tribunal Supremo israelense ordenou seu esvaziamento até a primeira semana de fevereiro, considerando que a colônia havia sido construída em terras privadas palestinas. Este era o maior de cerca de cem assentamentos na Cisjordânia sem autorização ? mas, em geral, tolerados pelo governo israelense.

Horas antes de iniciar as operações de esvaziamento, o governo de Israel aprovou outras milhares de residências em assentamentos nos territórios palestinos ocupados e anunciou que fará sua primeira nova colônia em mais de 20 anos.

Desde a posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, Israel vem dando sinais de que expandirá as suas colônias em territórios palestinos ? uma vez que a posição do republicano é bem menos crítica aos assentamentos do que a postura adotada pelo seu antecessor, Barack Obama.