Cotidiano

Após acordo das Farc, ELN se diz pronto para destravar conversas de paz

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BOGOTÁ ? Os rebeldes do Exército da Libertação Nacional (ELN) declararam nesta quarta-feira que estão prontos para iniciar conversas formais de paz na Colômbia. A declaração veio dois dias após as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do país terem assinado uma trégua definitiva, que foi negociada durante quatro anos em Havana. Agora, o ELN diz que está pronto para resolver os temas que vinham travando os diálogos de paz anunciados no início do ano.

Em março, os rebeldes marxistas e o governo do presidente Juan Manuel Santos anunciaram que dariam início a negociações de paz. No entanto, o diálogo tem sido adiado pelos contínuos sequestros e ataques contra infraestrutura por parte dos rebeldes.

?Estamos prontos para que a fase pública continue o que foi decidido em 30 de março e encontre soluções para as dificuldades?, disse o grupo via Twitter nesta quarta.

Na terça-feira, Santos fez um apelo para que o ELN ? o segundo maior grupo rebelde colombiano, hoje com cerca de 2 mil combatentes, que surgiu em 1964 por influência da revolução cubana ? libertasse os reféns e iniciasse as negociações formais. Segundo o governo, o grupo mantém pelo menos quatro reféns.

? Se libertarem os sequestrados, na mesma semana, a próxima, poderemos iniciar a fase pública das negociações, porque já temos com o ELN 50% da negociação ? declarou Santos em um ato oficial, um dia após a histórica assinatura do acordo de paz com as Farc, a principal guerrilha do país.

Nesta quarta-feira, a Justiça colombiana ordenou a prisão dos líderes do ELN pelo sequestro de três jornalistas. A decisão foi emitida por um juíz de Bogotá contra Rodríguez Bautista, Eliécer Herlinton Chamorro, Israel Ramírez, Rafael Sierra e Gustavo Aníbal Giraldo. Fugitivos da Justiça, todos pertencem à cúpula da guerrilha e deverão responder por edlitos de sequestro e rebelião

Na tentativa anterior, os altos comandantes rebeldes do ELN e as autoridades colombianas disseram em Caracas que haviam chegado a um consenso sobre uma futura agenda de conversações. As negociações seriam realizadas em torno de seis pontos: participação da sociedade na construção da paz, democracia para a paz, transformações para a paz, vítimas, fim do conflito armado e implementação.

O acordo com as Farc, assinado na última segunda-feira, acaba com meio século de conflitos. Mas, para efetivamente entrar em vigor, deverá ser aprovado em um referendo nacional no próximo domingo. O ELN anunciou que não haverá ações militares entre 30 de setembro e 5 de outubro, para que a população participe da consulta popular.