Cotidiano

Apesar de nova investigação, FBI diz que Hillary não será indiciada

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WASHINGTON – Após provocar uma polêmica que resultou na queda de Hillary Clinton nas pesquisas durante a última semana, a nova investigação do FBI sobre o uso indevido de e-mails pessoais dela enquanto secretária de Estado não levará a um indiciamento. De acordo com uma carta a deputados pelo diretor da polícia federal, James Comey, o novo inquérito não mudará a decisão final de julho que rejeitou acusá-la formalmente de qualquer crime. HILLARY EMAILS

“A equipe investigativa do FBI tem trabalhado a todo vapor para rever um grande volume de e-mails obtidos de um dispositivo envolvido em uma outra investigação criminal. Durante este processo, revisamos todas as comunicações que eram para ou de Hillary Clinton quando ela era secretária de Estado. Baseado em nossa revisão, não mudamos nossas conclusões expressadas em julho”, escreveu Comey, em carta divulgada pelo deputado Jason Chaffetz.

Em julho, Comey, que é republicano, criticou a democrata pelo uso inadequado de informação sigilosa, mas considerou não haver provas para apresentar acusações formais contra ela. O FBI investigara a democrata por ter potencialmente exposto segredos de Estado e mentir por causa de seu uso de um servidor pessoal para tratar de assuntos do Departamento de Estado na época em que chefiava o órgão.

Os novos e-mails que tiveram a descoberta anunciada publicamente por Comey no fim de outubro haviam sido achados no laptop do ex-congressista Anthony Weiner, investigado pela troca de conteúdo sexual com uma menor de idade. O escândalo rendeu a Weiner seu divórcio de Huma Abedin, principal assessora de Hillary Clinton. Mais de 650 mil comunicações seriam analisadas, segundo autoridades.

Com menos de duas semanas para a eleição, o caso fez a diferença entre Hillary e Donald Trump na corrida pela Casa Branca diminuir significativamente nas pesquisas nacionais e estaduais, revertendo um dos melhores momentos da democrata na campanha. Os assessores de Hillary criticaram Comey com dureza no período por ter alardeado a investigação de comunicações dela sem ter provas concretas de qualquer ação potencialmente criminosa, e o anúncio gerou enormes tensões no relacionamento entre o FBI e as autoridades judiciárias.

RECUPERAÇÃO NO FINAL DA CORRIDA

Segundo uma pesquisa Washington Post/ABC divulgada neste domingo, a dois dias da votação e antes da nova revelação, Hillary tem 48% das intenções de votos contra 43% de Trump. Já em uma pesquisa NBC/Wall Street Journal, Hillary aparece com quatro pontos percentuais de vantagem sobre Trump (44% a 40% das intenções de voto). E uma sondagem POLITICO/Morning Consult, por sua vez, mostra Hillary três pontos na frente do seu adversário republicano (45% a 42%).

A nova decisão pode ser muito útil à democrata nos últimos dois dias de campanha, que se disse confiante de que “nada reverteria a decisão original”.

“Ele confirmou as conclusões que ele mesmo liberou em julho. Estamos felizes que a questão tenha sido resolvida”, disse em nota a porta-voz da campanha de Hillary, Jennifer Palmieri.

De acordo com a NBC News, quase todos os e-mails encontrados eram versões duplicadas de e-mails encontrados anteriormente pelo próprio FBI.

? O diretor Comey geriu mal esta investigação desde o começo ? criticou a gerente de campanha de Trump, Kellyanne Conway, na MSNBC.

Em um discurso, Trump reagiu duramente:

? Vocês têm que entender, é um sistema fraudado e ela está sendo protegida.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, disse que Hillary violou a lei, independente da decisão de Comey. Já o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, afirmou que “a descoberta indiscutível da investigação do FBI é que Hillary colocou os segredos da nação em risco”.

“Ela só joga pelas próprias regras, um padrão dos Clinton”, escreveu ele, pedindo votos em Trump.