Capanema Desde a madrugada de segunda-feira (5) os atingidos pela construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu estão acampados no portão de entrada do canteiro de obras, impedindo o acesso dos funcionários. Cerca de 180 pessoas participaram da manifestação, que segue até que o Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu dê um posicionamento às famílias sobre as indenizações e a aquisição de áreas para assentamento, incertezas que já duram três anos. O estopim para o protesto foi o cancelamento, sem justificativa, de três reuniões em Curitiba em que o empreendedor participaria.
Só saímos daqui quando a empresa der uma posição. Não aguentamos mais esse descaso com as famílias e precisamos de uma resposta, desabafa o agricultor Sidinei Martini, que representa o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem). Os ônibus que chegarem aqui durante a troca de turno não vão conseguir entrar no canteiro, ressalta.
Conforme o MAB, a Neoenergia, dona de maior parte da usina, está infringindo vários dos direitos humanos levantados pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, dentre eles a violação do direito à justa negociação, tratamento isonômico, conforme critérios transparentes e coletivamente acordados. Esta situação de insegurança e desdém também tem comprometido o direito a um ambiente saudável e à saúde, relata em nota. As famílias pedem a revisão de 22,59% do caderno de preços no valor pago pelas indenizações. Em maio, o diretor-presidente do consórcio, Felipe Moreira, informou que os preços não seriam corrigidos, por não serem evidenciados aumentos significativos nos preços das terras da região afetada pela obra desde 2013.