Toledo – A falta de chuva interfere mais uma vez no ciclo agrícola da região. Desta vez os atingidos são os triticultores. Apesar de o zoneamento ter iniciado nessa sexta-feira (20), nenhum produtor iniciou o plantio, nem sabe quando o fará. O motivo é a falta de chuva.
Um dos aspectos que preocupam, segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab de Cascavel José Pértille, é que não há previsão de volumes expressivos de precipitação para os próximos dias.
O período de cultivo, que varia de município para município, se estende por pelo menos 60 dias, o que significa que os produtores teriam tempo hábil para iniciar o cultivo, ocorre que quanto mais tarde for a semeadura, mais tarde será a colheita e os riscos para as lavouras se potencializam. Entre eles, lembra Pértille, o frio extremo em períodos de frutificação de grãos. “O frio não castiga tanto o trigo na fase de desenvolvimento vegetativo, mas depois e antes disso, sim”, considera.
Outro aspecto que preocupa é o atraso para o cultivo de verão: “Se plantar daqui um ou dois meses o trigo vai estar no campo em setembro, outubro, o que atrasa o plantio da soja. Além disso, é mais preocupante para o triticultor ter trigo para ser colhido em outubro, quando chove muito e o grão apodrece com facilidade ainda no campo”, completou.
Em toda a região oeste serão cultivados em torno de 163 mil hectares com o cereal, espaço 44% maior que no ciclo passado quando o trigo não ocupou nem 116 mil hectares. O motivo desse crescimento está na redução de áreas com milho safrinha, já que muitos não conseguiram acompanhar o zoneamento com após o atraso do ciclo da soja 2017/2018.