“O agronegócio maldoso, sabe. Aquele agronegócio que usa agrotóxicos, sem nenhum respeito para a saúde humana, possivelmente também estava lá”. A frase não teria efeito algum, se fosse dita por um cidadão comum. Porém, ela é atribuída ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao se referir ao episódio de domingo envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. A declaração de Lula caiu como coma bomba no setor responsável por 40% da economia do Brasil.
Em viagem a trabalho ao Mato Grosso, o presidente da SRO (Sociedade Rural do Oeste do Paraná), pecuarista Devair Bortolato, o Peninha, disse que o atual presidente fez acusações infundadas e agiu de maneira equivocada ao culpar o agronegócio pela mobilização na capital federal. “É um apontamento sem provas. A afirmação envolvendo o agro ganhou o mundo e isso precisa ser esclarecido o quanto antes.
Conforme Bortolato, com relação ao movimento, quando se trata de paz, sem violência, todos têm o direito de se manifestar, pode ser o agro, a OAB, seja quem for. Só não concordamos com invasões e quebra, como ocorreu em Brasília”, enfatizou.
Voltando para a declaração culpando o agronegócio sobre a mobilização, Peninha comenta que Lula agora precisa apontar nomes das pessoas do agronegócio que estiveram encabeçando o movimento. “Ele [Lula] não pode fazer isso na condição de presidente. Não tem direito constitucional mais do que você ou eu. Para fazer isso, precisa provar, pois apontou para o mundo que o agronegócio está envolvido”.
Para Peninha, a Sociedade Rural do Oeste do Paraná não concorda com o vandalismo. “Concordamos sim com o movimento de maneira ordeira e pacífica. Mas jamais vamos apoiar um presidente que aponta um segmento como responsável pelos atos em Brasília”. Por fim, o presidente da SRO comenta que este movimento só existe por desconfiar do resultado das eleições para presidente. “Eu também coloque em xeque esse resultado”.
Fonte: Assessoria de Imprensa SRO