Agronegócio

Aumento de importação de fertilizantes preocupa

Em 2017, as vendas de fertilizantes no Brasil totalizaram 34.438 toneladas de produtos, volume que representa expansão de 1,04%, em relação ao mesmo período do ano anterior. A colheita recorde do ano passado possibilitou a recomposição de estoques globais, afetando a cotação das commodities nas bolsas internacionais, o que desestimulou a decisão de ampliar o investimento nas lavouras, afirma o diretor do IEA (Instituto de Economia Agrícola) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Celso Luís Rodrigues Vegro.

De acordo com o pesquisador, embora o aumento no volume total tenha sido pouco relevante, alguns estados apresentam percentuais bastante expressivos, como São Paulo, que responde pela maior fatia da produção do segmento sucroenergético, e investiu, em 2017, mais 6,2% na compra de fertilizantes; ou os estados das regiões Norte e Nordeste, fronteira de avanço do cultivo de grãos, que alavancaram a demanda por fertilizantes em 4,1%, quando comparados aos volumes adquiridos no ano anterior.

A indústria nacional de fertilizantes iniciou 2018 com estoque de 5.334 toneladas de produtos. Houve sensível diminuição na produção nacional, em 2017, porém se ampliaram as importações, resultando em oferta mais abundante. O dispêndio com importações de matérias-primas e produtos intermediários para fertilizantes alcançou US$ 7,781 bilhões com elevação de 20,17% frente ao ano anterior. A forte dependência das importações de fertilizantes e matérias-primas destinadas à produção de fertilizantes constitui, na atualidade, a principal fragilidade do agronegócio brasileiro.

Combate aos ilegais

O Brasil tem uma extensa e rigorosa legislação para regular a produção e a venda de defensivos agrícolas, envolvendo tanto os que são produzidos no País quanto os que vêm do exterior. Para garantir que o produtor tenha segurança ao adquirir o produto, foi lançada em março a “Campanha contra a venda ilegal de Agrotóxicos e Defensivos Agrícolas pela Internet”. A iniciativa, resultado de uma parceria entre a CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária), da Andav (Secretaria de Agricultura, a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários) e o site de compras Mercado Livre, faz parte de um conjunto de ações que envolvem o controle da venda e utilização dos defensivos.

São Paulo tem aproximadamente 2 mil produtos registrados para uso nas lavouras, com aproximadamente 200 empresas fabricantes e 1.650 canais de distribuição. Razão pela qual é importante monitorar a comercialização e utilização desses produtos.

Foto: 06 defensivo agricola

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Legenda: Apesar de aumento não muito expressivo na venda global, elevações pontuais causam preocupação