Policial

Assessoras prestam depoimento ao Gaeco

Depois de quase três horas de depoimento, assessoras e advogado saíram do Gaeco sem falar com jornalistas

Foto: Fábio Donegá
Foto: Fábio Donegá

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ouviu ontem assessores parlamentares dentro da investigação que apura supostos esquemas de devolução de parte dos salários a vereadores, na Câmara de Cascavel. O caso está em investigação é do gabinete do vereador Roberto Parra (MDB).

A apuração corre sob sigilo e os depoimentos ocorrem menos de uma semana depois de os parlamentares cascavelenses terem cassado o mandato de Damasceno Júnior (PSDC) por quebra de decoro parlamentar. Ele foi denunciado por cobrar devolução dos salários dos assessores. Ele responde agora a inquérito paralelo no Gaeco.

Em relação às investigações envolvendo Parra, o promotor Sérgio Souza não quis comentar o caso, já que tramita em sigilo, e que nem poderia revelar o motivo da convocação.

Foram ouvidas três assessoras: Jocelia Favil, Cassiane Soares e Rosa Ligeiro, esta última conhecida como Rosa da Saúde, que foi nomeada como assessora no gabinete da liderança com atuação na Comissão Permanente de Saúde por indicação de Parra. Rosa, inclusive, deve ser exonerada do cargo devido a uma reformulação interna.

As três ficaram por quase três horas na sala do promotor respondendo aos questionamentos. Na saída, elas se recusaram a responder aos questionamentos dos jornalistas que aguardavam do lado de fora do Gaeco. O advogado Felipe Veloso instruiu as clientes para permanecerem em silêncio.

Apenas uma das assessoras tem mais tempo de vínculo com a Câmara. Jucelia foi nomeada em 17 de maio de 2018, com salário de R$ 4.363,19 por mês. Já Cassiane foi nomeada em 1º de fevereiro de 2019, com salário de R$ 4.363,19, e Rosa foi nomeada em 6 de fevereiro de 2019, com salário de R$ 4.714,66. Os valores constam no Portal Transparência.

Denúncias extraoficiais dão conta de que duas delas estariam devolvendo R$ 2 mil e outra R$ 2.150. Os valores seriam repassados para outros assessores do gabinete e articuladores políticos do grupo. Os relatos foram feitos ao Gaeco – que apura a situação.

A reportagem tentou contato com o vereador Parra, mas ele não foi encontrado.

Reportagem: Josimar Bagatoli