Curitiba – Policiais civis do Paraná aderiram ontem ao indicativo de greve, aprovado pelo Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná) em assembleia geral na quarta-feira. A categoria foi orientada a cumprir única e exclusivamente as atribuições constantes na lei, deixando de exercer funções de agentes penitenciários.
Os policiais reivindicam ainda melhores condições de trabalho e a contratação de novos agentes, evitando a sobrecarga de trabalho. Conforme o sindicato, hoje são pouco mais de quatro mil policiais no total e o ideal seria pelo menos oito mil para dar conta do serviço. No dia 1º de agosto, será feita uma paralisação em todas as delegacias, com os policiais participando de uma campanha de doação de sangue.
Em diversas delegacias, policiais civis estão sendo obrigados a trabalhar em situação análoga à de escravos, com 70 a 80 horas semanais, quando em sua atribuição são somente 40 horas, inclusive tendo que ficar em regime de plantão de sobreaviso, o que é proibido no Paraná, afirmou o Sinclapol, em nota.
Na 15ª SDP (Subdivisão Policial) de Cascavel, por exemplo, o atendimento à população não foi prejudicado. No setor de carceragem, também não houve alterações, sendo o trabalho de escoltas realizado pelo Depen (Departamento de Execução Penal do Paraná), com apoio da Polícia Militar.
O Governo do Estado, bem como a Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária), já foram notificados sobre o indicativo de greve. Além de orientar a categoria em relação ao desvio de função, o Sinclapol não descartou uma paralisação geral, o que pode ocorrer a qualquer momento.
O Depen também foi notificado sobre a mobilização e, segundo o Sinclapol, em um prazo de 30 dias deverá assumir a execução e tratamento penal em todas as unidades onde houver presos provisórios e condenados. A escolta de presos para audiências de custódia, antes realizada por policiais, também deverá ser feita pelo órgão.