Falta pouco mais de um mês para a data em que todos os pretendentes a participar das próximas eleições deverão estar acomodados em seus partidos para poderem concorrer a prefeito ou vereador. O eleitor será chamado no dia 4 de outubro para escolher 5.568 prefeitos e 57 mil vereadores.
Até 4 de abril (seis meses antes das eleições) os futuros candidatos deverão ter filiação partidária homologada e não registrar processos, condenações ou qualquer impeditivo de elegibilidade. Para prefeito ainda é possível fazer coligação, com vários partidos apoiando um mesmo candidato. Mas isso foi proibido para vereador. Cada sigla terá de montar a sua chapa, com até 150% do número de vagas existentes na Câmara Municipal.
Considerando que existem atualmente 33 partidos políticos registrados e em condições legais de concorrer, lembremos que só nas 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes – São Paulo, Rio, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Recife, Porto Alegre, Belém, Goiânia, Guarulhos, Campinas, São Luiz e São Gonçalo – que têm entre 33 e 55 vereadores em suas Câmaras, seria matematicamente possível cada partido eleger um representante. As demais – entre elas nove capitais – não terão nem uma vaga legislativa para cada partido. Excluem-se disso Brasília e Fernando de Noronha, que têm outra forma de administração e não elegem prefeito e vereador.
A eleição municipal é, sem dúvida, a mais próxima do povo. Diferente do presidente da República, governadores, senadores e deputados, que trabalham nas capitais, o prefeito e os vereadores têm de morar no município e suas tarefas são ali desenvolvidas. Isso leva à reflexão de que devem ser pessoas capacitadas, honestas e conhecedoras dos problemas da cidade. Para nelas decidir votar, o eleitor deve conhecer o que se propõem a fazer e decidir se, com esse apelo, as contrataria como administrador ou fiscal de seus próprios bens ou negócios. Até porque, por definição, o município pertence ao munícipe e os eleitos para dele cuidar são empregados do povo.
Uma forma infalível de acertar no voto é pesquisar o que fizeram (de bom e de ruim) os atuais prefeitos e vereadores para isso também influenciar na decisão. Para ficar melhor ainda, divulgar o resultado dessa pesquisa nas redes sociais e pedir aos amigos que compartilhem, para a realidade ser escancarada. Foi isso que Bolsonaro fez em 2018 e ganhou a eleição. Se o eleitor não tiver essa atitude, os maus poderão continuar sendo reeleitos e os bons ficando de fora, como ocorreu por muito tempo. Ainda mais: lembrar que os eleitos no município serão os grandes cabos eleitorais de 2022, nas eleições de presidente, governador, senador e deputados (federais e estaduais).
É, também, muito importante, verificar se o seu candidato a prefeito se propõe a efetivamente governar e lutar pelo município e se o seu escolhido a vereador tem a disposição de aperfeiçoar e fiscalizar a administração pública. Fuja daqueles que negociam o voto e fazem as câmaras dominadas pelo interesse dos políticos e não pelo desejo de servir ao povo. Vote da forma consciente, para não se arrepender. A próxima oportunidade de mudar só acontecerá na outra eleição municipal, daqui a quatro anos…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da Aspomil (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) – [email protected]