Opinião

Coluna Amparar:  Devo confessar minha traição?

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“Quando alguém comete uma falta e a confessa ao outro, então o outro tem de carregar as consequências. Por assim dizer, ele as transfere para o outro. A chamada sinceridade destrói a relação. Segredos devem ficar guardados, também aqueles de deslizes” (Bert Hellinger)

Em um relacionamento de casal, quando um dos cônjuges teve um relacionamento extraconjugal, sempre chega o momento em que ele se questiona: “O que devo fazer? Devo confessar minha ação ou é melhor que guarde segredo e suporte tudo sozinho?”.

Na frase que destacamos, Bert Hellinger aconselha: “Segredos devem ficar guardados, também aqueles de deslizes”. O que leva Hellinger a esse pensamento?

Como ele pondera na citação que encabeça este texto, quando alguém comete uma falha grave e confessa o erro ao cônjuge, de certo modo ele transfere ao cônjuge as consequências de seu ato.

Explicando um pouco mais: em uma traição, na mente da pessoa infiel a confissão funciona como uma absolvição. É semelhante ao que acontece no rito da confissão da religião católica: a pessoa confessa ao padre os seus pecados e o padre, em nome de Deus, absolve o pecador.

Esse é o motivo pelo qual Hellinger entende que a sinceridade destrói a relação. É igualmente por causa disso que é melhor que a pessoa que errou guarde para si o segredo.

A boa solução não está em confessar o ato, e sim em consertar sozinho e suportar as consequências. Obviamente, para suportar sozinho a culpa é preciso que a pessoa tenha sentido culpa! Ou seja, é preciso haver percebido que falhou e que sente profundamente pelo erro cometido! Quando a pessoa alcança este nível de consciência de si, suportar a culpa sozinha é uma justa punição pelo seu erro.

Além disso, quem errou precisa fazer algo para compensar a dor que causou ao cônjuge, mesmo quando a outra pessoa não tem conhecimento do ato cometido. O gesto de compensação feito sem poder admitir a motivação aumenta a dor da culpa a ser suportada. Quando a pessoa toma isso tudo silenciosamente em seu interior como um enriquecimento de sua alma e permanece no relacionamento, o erro cometido pode até mesmo chegar a se converter num efeito positivo sobre a relação.

Você passa ou passou por uma situação semelhante? Converse conosco. Podemos ajudar você.

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar

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