Educação

Um em cada três alunos de 15 anos reprovou ao menos uma vez

Ao considerar informações desagregadas de regiões de alguns países, o Brasil aparece em destaque ainda mais negativo

Brasília – Mais de um terço (34%) dos estudantes brasileiros de 15 anos já repetiram de ano ao menos uma vez, o que coloca o País com a quarta pior marca entre os 79 países e territórios participantes do Pisa, prova internacional da educação básica.

Ao considerar informações desagregadas de regiões de alguns países, o Brasil aparece em destaque ainda mais negativo. As regiões Nordeste, Norte e Sul têm as maiores taxas de reprovação de dois ou mais anos no ciclo final do ensino fundamental (6º ao 9º ano). São os maiores níveis entre as 71 regiões de 11 países listados nesse recorte.

Os dados integram o relatório “Políticas eficazes, escolas de sucesso” da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgados nessa terça-feira (29). A entidade destrincha dados do último Pisa, de 2018, e mostra informações contextuais e de infraestrutura dos sistemas educacionais.

Segundo a OCDE, o percentual de alunos com dois ou mais anos de reprovação é de 8,6% no Nordeste, de 7,5% no Norte e 7,3%, no Sul. Na sequência, aparece Bogotá (Colômbia), com 6,8%, e Buenos Aires (Argentina), com 5,8%.

Em seguida surge o Brasil novamente. A região sudeste tem 5,2% dos estudantes com duas ou mais reprovações.

Consequências

Altas taxas de reprovação têm forte relação com o abandono escolar. O aluno que repete tem maior chance de deixar a escola futuramente, mostram pesquisas.

No Brasil, dois de cada dez estudantes de 15 a 17 anos estão na escola, mas não chegaram ao ensino médio, segundo o Anuário Estatístico da Educação Básica, produzido pelo Movimento Todos pela Educação.

Países com menores índices de repetência têm resultados melhores em leitura, segundo a OCDE. A área de leitura teve destaque na edição mais recente do Pisa, que avalia ainda o desempenho em matemática e ciências.

No ranking de País, o Brasil tem 34% dos alunos que já repetiram, atrás apenas de Marrocos (49,3%), Colômbia (40,8%) e Líbano (34,5%). Na América do Sul, o Uruguai tem uma taxa de 33,4%, a Argentina de 29,2% e o Chile, 23,2%.

Na outra ponta, Islândia e Taiwan têm os melhores indicadores, com apenas 0,9% de alunos de 15 anos com registro de repetência.