Opinião

Trânsito mata mais que crimes violentos

Por Carla Hachmann

Pelo menos um terço da população tem uma verdadeira arma nas mãos. Toda vez que pega na direção de um veículo está propenso a matar ou morrer. E pode parecer exagero, mas não é. Estudo recém-divulgado mostra que, no Brasil, em nove estados o trânsito mata mais que o crime. E o Paraná está nesta lista.

A Seguradora Líder comparou as indenizações por morte pagas pelo Seguro Dpvat e os dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública. São Paulo lidera, com 5.462 mortes decorrentes de acidentes de trânsito ano passado, contra 3.464 provocadas por crimes violentos, como homicídio e latrocínio.

Logo atrás do segundo no ranking, Minas Gerais (4.127 X 3.234), aparece o Paraná, onde 2.712 pessoas morreram nas ruas do Estado, contra 2.088 vítimas da violência urbana.

O trânsito brasileiro é, sim, pior que uma guerra civil.

Maio é o mês de conscientização sobre a violência no trânsito e, embora esses números venham diminuindo, a realidade no Brasil ainda é preocupante.

Os nove estados mais violentos somaram mais de 17 mil pagamentos do Seguro Dpvat destinados à cobertura por morte, representando 46% do total de sinistros pagos por acidentes fatais em todo o País ano passado. Já os crimes violentos somaram 12.559 óbitos no mesmo período.

Na sequência às localidades que lideram a lista, estão ainda Santa Catarina (1.537 X 840); Mato Grosso (1.143 X 978); e Piauí (1.111 X 615).

O que chama a atenção é que todos os condutores habilitados estudam e conhecem as regras de trânsito. E, salvo exceções, se seguir o que diz a lei, dificilmente a pessoa vai se envolver em um acidente ou, quando muito, será sem risco à vida.

No trânsito, somos todos cúmplices. Precisamos ter a consciência disso.