Opinião

Risco eleitoral?

TSE - Tribunal Superior Eleitoral
Urna eletrônica
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Por Paulo Alexandre 

“Mais de 6.000 contribuições, o maior volume de contribuições em uma audiência pública na história da ANTT. Esse grande volume de contribuições fez com que a análise e incorporação dessas contribuições tomassem mais tempo do que o previsto inicialmente”. A explicação é da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável pela elaboração do novo projeto de concessão da exploração das rodovias do Paraná. Todos os prazos citados anteriormente pela agência e pelo próprio ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, não foram cumpridos. Até agora, a única previsão que vai mesmo se confirmando e que não foi feita por especialistas, é de que o contrato com as atuais concessionárias iria acabar sem que uma nova licitação tivesse sido feita.

No mesmo comunicado, como traz matéria na página 3, a ANTT afirma que “o projeto de concessão das Rodovias Paranaenses é prioritário” e que a agência “continua trabalhando fortemente empenhada no projeto e o plano de outorga da nova concessão deve ser aprovado na diretoria da agência até o final do mês de outubro, com posterior envio ao Tribunal de Contas da União para análise”.

Mas, a novela do “novo pedágio” do Paraná ainda está longe de acabar com aquele desejado final feliz para o cidadão, especialmente no Oeste, onde três novas praças de cobrança estão previstas (determinadas), incluindo uma entre Cascavel e Toledo. Diante de tantos “riscos”, o adiamento do novo certamente, agora para depois do pleito eleitoral de 2022, deixa a situação ainda mais complexa. Com eleições à frente, o poder de cobrança e barganha da sociedade para um contrato mais justo e que onere menos o setor produtivo e, consequentemente, o orçamento doméstico paranaense, é muito maior. Assim, a apresentação de um modelo danoso representaria traria graves prejuízos eleitorais. Em primeira análise, o adiamento parece estratégico do ponto de vista eleitoral, não é mesmo?

A sociedade precisa permanecer em alerta máximo. A nova concessão trará consequências por pelo menos 30 anos, com possibilidade de prorrogação, sendo ainda mais penosa que a atual e a discussão tem que estar no centro da plataforma de todos os candidatos ao Executivo e Legislativo pelo Paraná. Quem não tiver compromisso com a defesa do nosso estado não merece o voto!