Policial

Policiais atraídos pelo mundo do crime devem ser expulsos

Catanduvas – Dois policiais militares foram presos na madrugada de domingo, em Catanduvas, acusados de repassar informações a arrombadores de caixas eletrônicos que agiam na região. De acordo com o capitão Cícero Tenório, do 6º BPM, os PMs foram denunciados por um terceiro envolvido no arrombamento, detido em flagrante.

“A equipe que estava de plantão, formada por quatro policiais, recebeu a denúncia de que estava acontecendo um arrombamento a uma agência bancária e, ao chegar no local, constatou que dois homens fugiam a pé, se embrenhando em meio a um matagal. A equipe se dividiu e um terceiro envolvido foi encontrado dentro de um veículo com material indicativo de arrombamento de banco”, relatou.

Conforme o capitão, durante o deslocamento foi verificado que um dos policiais que estava trabalhando naquele dia tinha repassado informações para o homem preso para que ele fugisse do local. “Na sequência foi identificado que outro policial, que não estava trabalhando, também tinha repassado mensagens para o indivíduo preso”.

Um dos policiais estava em estágio probatório e iria se formar agora em janeiro. Já o outro, que estava de folga no momento da prisão, está há cinco anos na corporação e trabalhava há algum tempo em Catanduvas. Os dois estão detidos na sede do 6º BPM, em Cascavel, e devem responder a um processo administrativo que poderá culminar com sua expulsão.

CASO ANTERIOR

Além do arrombamento do fim de semana, os dois militares presos confirmaram participação em outro arrombamento a uma agência do Banco do Brasil, ocorrido no dia 12 de dezembro, em Catanduvas. “Eles disseram que estavam sob pressão dos membros da quadrilha, mas essa versão não convence a Polícia Militar. Eles tiveram tempo suficiente para comunicar a unidade, poderiam ter procurado o comando, e não fizeram. Além disso, participaram do segundo arrombamento”.

Questionado em relação como era a participação dos militares, o capitão disse que, num primeiro momento foi identificado que eles repassavam informações para a quadrilha. “Eram informações privilegiadas sobre onde a equipe estava e de como era o funcionamento do pelotão, visando facilitar a ação dos marginais”.

CORTANDO NA CARNE

Com o apoio da Polícia Civil, a PM continua a investigação para verificar se há outros policiais envolvidos com os arrombadores. “A polícia está tomando todas as providências, cortando na carne esse mal. Não admitimos o envolvimento de policiais com ilícitos de qualquer natureza. O fato é de extrema gravidade e todas as medidas serão tomadas no âmbito administrativo para se apurar e verificar se eles devem ou não permanecer na corporação”, arrematou Cícero Tenório.