Agronegócio

Paraná foca exportações de agropecuários para a Índia

O adido agrícola do Brasil na Índia, Dalci Bagolin, recomendou estender o interesse exportador para além das commodities como grãos e carnes para o mercado de nichos

Curitiba – As oportunidades de ampliação da exportação de produtos do agronegócio paranaense e brasileiro para a Ásia foi tema do evento virtual promovido nessa quinta-feira (12) pelo sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).

A live contou com a participação dos adidos agrícolas brasileiros na China, no Japão, na Coreia do Sul, na Índia e na Indonésia e do secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Marcos Jank, professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), falou sobre oportunidades para o cooperativismo e o agronegócio brasileiro na Ásia.

Ortigara lembrou que as cooperativas paranaenses, grandes exportadoras do agronegócio, já estão presentes na região asiática com forte exportação para a China, e agora encontra oportunidades para ampliar essa presença para outros países. “O Paraná tem exportações relevantes na área de grãos, carnes, produtos sucroalcooleiros e amidos de milho e mandioca para os países asiáticos. E lidera no volume de exportações de produtos como seda, lácteos e de derivados da madeira, onde a cadeia produtiva é uma das mais organizadas no Brasil”, disse Ortigara.

Agora, ele vê na Índia, em especial, uma janela de oportunidades para o Paraná e o Brasil, com a mudança da população daquele país para áreas urbanas, aumento de renda per capta e se tornando, rapidamente o país mais populoso do mundo, fatores que certamente vão impactar na alteração dos hábitos alimentares.

Momento favorável

Participaram do encontro virtual os adidos agrícolas na China, Jean Carlo Cury Manfredini; no Japão, Ricardo Maehara; na Índia, Dalci Bagolin; na Indonésia, Gustavo Bracale, e na Coreia do Sul, Gutemberg Barone. Eles falaram do mercado asiático, em ascensão e promissor aos produtos brasileiros. Também destacaram o momento favorável para produtores e cooperativas paranaenses e brasileiras participarem da transformação que está acontecendo nesses países, com a consolidação de uma classe média mais urbanizada, com tendência a ampliar o consumo de proteínas animais.

O adido agrícola do Brasil na Índia, Dalci Bagolin, recomendou estender o interesse exportador para além das commodities como grãos e carnes para o mercado de nichos. Reiterou que há fortes possibilidades na expansão da exportação de frangos. “Mas é importante que produtores e cooperativas estejam atentos às barreiras sanitárias e comerciais. Parte da classe média indiana que viaja para a Europa, está disposta a pagar um valor mais alto para um produto de qualidade”, disse.

Ascensão

Marcos Jang, da Insper, falou sobre as oportunidades para o cooperativismo e para o agronegócio na Ásia. “Em 2020, teremos um recorde de exportações do agronegócio brasileiro, de US$ 100 bilhões, em parte impulsionada pela desvalorização cambial. Mas estamos com demanda crescente de produtos brasileiros na China, Japão e Coreia do Sul”, afirmou.

Em relação ao ano passado, houve um aumento de US$ 8 bilhões nas exportações. “As exportações para a Ásia emergente evitaram que o Brasil enfrentasse uma recessão”, disse Jang.

Isso mostra, segundo ele, que a geografia do agro mudou para a Ásia, onde as cooperativas devem estar presentes, de forma conjunta e coordenada. Os países asiáticos detêm mais de 50% da população mundial, mas têm pouca terra. Além disso, os países da região estão num processo rápido de urbanização, que eleva a demanda por alimentos.