Policial

Nem polícia conhece causa de tragédia que abalou Cascavel

Segundo Mariana, a pistola calibre 380 utilizada era registrada e legalizada, mas Denis não tinha porte de arma de arma

Cascavel – A Delegacia de Homicídios de Cascavel considera esclarecido o duplo homicídio seguido de suicídio ocorrido domingo em um edifício na Rua General Osório, na região central de Cascavel. A causa, no entanto, é um mistério que dificilmente será desvendado.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, a delegada Mariana Vieira disse que os envolvidos não discutiram nem mesmo entraram em luta corporal. “Nas imagens repassadas à polícia pelo condomínio é possível ver que a vítima, Luiz Carlos Pasqualini, de 61 anos, entrou no elevador para levar o lixo. Nesse momento ele encontrou o atirador, Denis Lisboa da Costa, de 40 anos, que saia de casa para comprar o almoço da família”.

Conforme a delegada, os dois conversaram normalmente na saída. Pasqualini deixou o lixo e voltou para a portaria, onde os dois retomaram a conversa na companhia do porteiro do edifício, César José Klein, de 48 anos. “Denis estava com uma jaqueta preta e, em determinado momento, sem qualquer tipo de alteração, puxou a arma e efetuou vários disparos contra Luiz Carlos e César”.

O atirador então subiu até seu apartamento, no 9º andar, e pediu para que a esposa e a filha, que tem menos de um ano, saíssem do local sem dar muitas explicações. “Ele deixou vários recados nos espelhos da casa pedindo desculpas para os pais e para a família. Na sequência, foi até a escada de emergência e efetuou um disparo na própria cabeça”.

Segundo Mariana, a pistola calibre 380 utilizada era registrada e legalizada, mas Denis não tinha porte de arma de arma. “Ao lado dos corpos foram encontradas 13 cápsulas, já que o autor usou dois carregadores para cometer o crime”. Na casa de Denis os policiais encontraram ainda um simulacro e mais um carregador, além de 57 munições de pistola calibre 380.

FATALIDADE

Questionada em relação ao que poderia ter motivado o crime, a delegada ressaltou que a princípio foi algo atípico. “Foi dito que eles tinham problemas do condomínio, mas isso foi resolvido há mais de um ano. Não havia situações atuais. O atirador não tinha problemas psicológicos e nem tinha envolvimento com drogas. Foi uma fatalidade”.

SEPULTAMENTO

O porteiro César Klein é o único que foi enterrado em Cascavel, mais precisamente no Cemitério São Luiz. O corpo de Luiz Carlos Pasqualini, que era advogado da Copel e atuou por vários anos como conselheiro da OAB, foi transladado para Umuarama. Já o de Denis, que também era advogado, foi conduzido para Curitiba.