Educação

Mulheres resgatam autoestima com apoio de programa do MEC

O MEC (Ministério da Educação) comemora o Dia Internacional da Mulher com resultados cada vez melhores de uma iniciativa que vem mudando a vida de mulheres e pessoas que se identificam como gênero feminino em todo o país.

Criado em 2008 para combater a violência e a vulnerabilidade social, o Programa Nacional Mulheres Mil promove a inserção socioprofissional e a equidade de gênero do público alvo, tendo ultrapassado a meta de 100 mil matrículas em 2016. As vagas estão associadas ao Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

Foram cerca de 280 diferentes cursos em 576 municípios. A maioria das ofertas está inserida nos eixos tecnológicos de ambiente de saúde; produção e turismo; e hospitalidades e lazer. Como base nesses números, a Setec (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica) está trabalhando na institucionalização do programa junto à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em todo o país para garantir a oferta permanente de qualificação profissional a mulheres em vulnerabilidade social.

Dessa forma, o Mulheres Mil terá duas frentes de atuação. A primeira, mais institucional, vai desde a interpretação mais precisa dos dados sobre vulnerabilidade e violência até o acolhimento de egressas dos cursos ofertados. A outra é a oferta de cursos, por meio do Pronatec, hoje feita por meio das secretarias estaduais de educação.

Autoestima – Para a secretária de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eline Nascimento, a iniciativa tem o importante papel de ajudar a resgatar a autoestima e a cidadania. “Um desafio de 2017 foi não somente ofertar cursos de qualificação, mas cursos técnicos, porque muitas dessas mulheres não têm o ensino fundamental completo, então não conseguem fazer o técnico”, conta. “A oferta também tem que estar atrelada a um processo de estímulo à volta ao estudo”, completa.

A autovalorização e a noção de ter capacidade estão entre as principais conquistas do programa para muitas integrantes, conta Flávia Rabelo, gerente técnica responsável por cursos de formação inicial continuada na Penitenciária Feminina do DF e em outras instituições locais. Ela relata que, no trabalho desenvolvido na unidade prisional, a maioria das presidiárias vê uma oportunidade de crescimento pessoal nos cursos promovidos pelos Mulheres Mil, além de esperança.

Mapa da Vida

“A gente utiliza a didática chamada Mapa da Vida, que trabalha a história de vida delas e o autoconhecimento para que se identifiquem como mulheres capazes e possam se desenvolver cada vez mais”, explica. “Por fazermos esse acompanhamento das meninas, juntamente com psicólogos e assistentes sociais, elas se sentem de fato capazes de desenvolver coisas em que jamais acreditaram”. Por meio do programa, completa Flávia, muitas mulheres vão sair da penitenciária com uma profissão: costureira, recepcionista e assistente administrativa, entre outras.

Internacionalmente, o programa está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030), conforme explica Eliane. “Estamos tentando dar um outro estímulo para o programa e trabalhar dentro da agenda 2030. Ela fala de alguns objetivos como erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero e redução de desigualdade”.

Inclusão

No ano passado, um grupo de seis transexuais de Maceió (AL) participou de um projeto piloto dentro da Turma da Diversidade do Mulheres Mil. A iniciativa pioneira impulsionou a qualificação profissional dessas mulheres, que receberam capacitação no curso de pintura de obras prediais.