Opinião

Indústria de multa ou censura a infratores?

Por Carla Hachmann

A polêmica sobre os radares provavelmente nunca terá fim. Para uns, é uma indústria de multas. Para outros, o único meio de tentar frear infratores.

Opiniões a parte, os equipamentos de monitoramento de velocidade de veículos voltam às rodovias federais após quatro meses de “férias”. A Justiça derrubou a medida que suspendia o uso dos aparelhos pela PRF e determinou que eles estejam nas rodovias a partir desta semana.

Contrário ferrenho aos radares, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai tentar mudar o sistema de punição, de forma que os aparelhos emitam fotos educativas, sem aplicação de multa e perda de pontos na habilitação. A PRF diz que, hoje, a mudança seria impossível de ser feita, pois teria de mudar todo o sistema.

É que, dentre os argumentos do presidente para acabar com os radares, era justamente que eles não educam, apenas punem.

Conforme a PRF, as duas principais causas de acidentes hoje são excesso de velocidade e imprudência. E como fazer então para que esses motoristas infratores passem a respeitar a lei e reduzam os riscos à vida daqueles que transitam de acordo com as regras?

Até hoje, a estratégia era tentar alcançar esses maus motoristas pelo bolso e cassando suas carteiras de habilitação. Nenhuma campanha educativa de abrangência nacional mais intensa foi tentada, à exceção, é claro, do próprio trabalho feito pelos policiais nas rodovias, especialmente nos períodos de feriadão.

Se a placa diz que o limite de velocidade é 110 km/h, como fazer para que o motorista a respeite? Pune ou educa?