Londrina Desde que foi deflagrada, há pouco mais de um ano, a Operação Publicano, desencadeada para desmantelar um esquema de corrupção operado dentro da Delegacia da Receita Estadual de Londrina, já comprovou um desvio de R$ 22 milhões.
Em vez de ir para os cofres públicos e ajudar a financiar obras e programas do Governo do Paraná, o dinheiro enriqueceu dezenas de servidores públicos envolvidos em um esquema que se mantinha há décadas.
Desenvolvida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a operação resultou em dezenas de prisões e na formalização de denúncias contra mais de cem pessoas.
“A ideia é agir da mesma forma com que agimos em relação a esse grupo que foi desbaratado na semana passada: chegar ao destino do dinheiro, bloquear o dinheiro, os bens que foram adquiridos com esse dinheiro e, na sequência, trazê-los de volta aos cofres públicos”, explicou o delegado Jorge Barreto, fazendo alusão à terceira fase da operação, que levou à prisão do ex-delegado da Receita José Luiz Favoreto, um irmão e a cunhada. Favoreto seria o responsável pela lavagem do dinheiro da corrupção pelo menos desde 1995.
Maquiagem
Segundo o Gaeco, o ex-delegado da Receita abriu uma empresa para maquiar as movimentações e em cujo endereço do suposto escritório montado Curitiba funciona, na verdade, uma distribuidora de água. Segundo a investigação, Favoreto comprou barcos, casas, uma chácara e até uma lotérica na Capital, amealhando uma fortuna estimada em R$ 6 milhões.
Outro lado
O advogado da família Favoreto, Walter Bittar, se pronunciou ontem mesmo sobre as revelações do Gaeco. Segundo ele, todos os imóveis que estão sendo confiscados foram adquiridos com dinheiro lícito. No caso da lotérica em Curitiba, ela teria sido comprada com dinheiro oriundo de uma indenização trabalhista de José Luiz Favoreto, irmão do ex-delegado da Receita e que trabalhou muito tempo em uma companhia telefônica.
