Cotidiano

Em queda nas pesquisas, Marta faz carreata em reduto eleitoral

SÃO PAULO – Depois de experimentar queda nas pesquisas de intenção de votos na disputa à Prefeitura de São Paulo, a candidata do PMDB, Marta Suplicy, optou por encerrar as atividades de campanha com uma carreata de mais de 30 quilômetros pelos bairros de Cidade Tiradentes, Arthur Alvim, São Miguel e Itaquera, na zona Leste da capital. A região concentra o eleitorado mais simpático à senadora, que disputa a preferência da periferia com o prefeito Fernando Haddad, do PT, e Celso Russomanno, do PRB.

De calça jeans e tênis, Marta requebrava em pé sobre um jipe Troller ao som do jingle que citava marcas da gestão da prefeita e repetia o número da ex-petista, ainda bastante desconhecido do público. Dezenas de veículos seguiam em comboio com bandeiras estampadas com o rosto da candidata, artigos que, diferentemente de eleições passadas, só apareceram na reta final da disputa. A explicação está na escassez de recursos. Às vésperas do pleito, a campanha da peemedebista declarava arrecadação de R$4,8 milhões em doações, menos da metade da meta do início da corrida, de R$10 milhões.

Sorridente, ela minimizou a queda nas intenções de voto:

? Sinto que em uma campanha tem altos e baixos e eu acredito que estou no segundo turno – afirmou, dizendo “estar longe” de qualquer plano de aposentadoria.

Protagonista de ataques intensos contra os adversários Russomanno e Haddad, Marta disse que não terá dificuldades em dialogar com os eleitores dos dois caso siga na disputa:

? No segundo turno se aceita apoio de todo o eleitor. Não importa, veio de Marte, está bom – disse, .

E aproveitou para criticar os oponentes:

? Não acho que o embate foi aguerrido nas propostas, acho que foi aguerrido nas pessoas, porque Haddad não teve a altura da liderança que tinha que ter para essa cidade. E o Russomanno não tem uma capacidade de liderança para uma cidade complexa como São Paulo. Nas propostas, não acredito que tenha tido tanta divergência. Eles é que não são capazes de executar, só isso.

Durante a carreata, que passou por conjuntos habitacionais e favelas, ela acenou e foi saudada, mas também ouviu gritos de “Haddad”, “Doria” e “É mentira”.

Perto do estádio do Itaquerão, o comboio de Marta se encontrou com uma carreata de vereadores do PT. Motoristas dos dois lados trocaram insultos. Ela repetiu a promessa de garantir o abastecimento dos remédios nos postos em até 30 dias depois de uma eventual posse.

? Sou hipertenso e diabético e quando consigo insulina não tem seringa pra aplicar. O que esse Haddad está fazendo na Prefeitura? – disse o aposentado José Roberto de Oliveira, de 68 anos, que veio encontrar a candidata e pediu que ela carregasse o poodle Thor.

Marta cumprimentou o eleitor, mas preferiu não pegar no cachorro.

? Vai que ele me morde – riu.