Policial

Crise econômica gera reflexo no mercado de entorpecentes

Os principais sintomas da crise no mercado de drogas são dois: o aumento no número de pessoas ?tentando a sorte? como traficantes e alta nos preços dos entorpecentes

Curitiba – A crise econômica que o Brasil atravessa tem seus reflexos mais evidentes no mercado financeiro e do trabalho. No entanto, as altas do dólar e das taxas de desemprego não refletem apenas no mercado laboral. O comércio ilegal, mais especificamente o de drogas, também tem passado por mudanças.

Os principais sintomas da crise no mercado de drogas são dois: o aumento no número de pessoas “tentando a sorte” como traficantes e alta nos preços dos entorpecentes, destacadamente a maconha e o crack – isso teria relação direta com a variação do dólar, que subiu 9,61% nos últimos 12 meses.

De acordo com o delegado-chefe da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos), Riad Farhat, é possível notar desde o ano passado um aumento no número de pessoas que se arriscam vendendo drogas. Segundo ele, isso possivelmente seria reflexo da alta nas taxas de desemprego no País, que acarretam no aumento da criminalidade em geral.

“É que sempre na cabeça da pessoa, do marginal, vai ser uma opção que surge para levantar algum dinheiro. Além disso, é mais fácil começar trazendo drogas do Paraguai do que estourar um caixa eletrônico, que requer conhecimento”, afirmou o delegado em entrevista ao portal Bem Paraná.

Outro reflexo da crise no mercado das drogas é a alta no preço dos entorpecentes, cada vez mais inflacionados. O preço da maconha, por exemplo, subiu entre 16,66% e 25%. Em 2015, a droga de qualidade mais baixa custava cerca de R$ 600 o quilo, enquanto a “melhorzinha” saía por R$ 1,2 mil. Hoje, o quilo custa entre R$ 700 e R$ 1,5 mil.

Já o preço do crack foi o que mais inflacionou no período, tendo dobrado entre 2014 e 2016. Dois anos atrás o quilo do entorpecente custava R$ 6 mil. No ano passado, já havia subido 50% e chegado a R$ 9 mil. Mas aumentou ainda mais e hoje custa R$ 12 mil, com alta de 33,33% na comparação com 2015.