Agronegócio

Cascavel recebe fórum Paraná Livre de Aftosa

Estado quer conscientização de produtores pelo fim da imunização contra a aftosa

Cascavel recebe fórum Paraná Livre de Aftosa

O Paraná começou nesta semana, com um encontro em Paranavaí, o fórum “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação”, evento promovido pelo governo do Estado e parceiros com o objetivo de debater a suspensão da vacina contra febre aftosa no estado.

Na região oeste o encontro será realizado no dia 23, quinta-feira da próxima semana, em Cascavel.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; e o gerente de Saúde Animal da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Rafael Gonçalves Dias, acompanham os encontros.

Ortigara destaca que o fórum desta semana marcou o início de uma série de eventos para conscientização dos criadores em relação à suspensão da vacinação contra a febre aftosa. “Temos boas condições técnicas para garantir a defesa agropecuária do estado e, com a suspensão, temos a possibilidade concreta de entrar nos melhores mercados de proteínas animais”.

No total serão promovidos mais cinco fóruns ao longo do mês de maio. Um foi realizado ontem em Cornélio Procópio. Guarapuava recebe o encontro no dia 21, Pato Branco no dia 22, Cascavel, dia 23, e Curitiba no dia 29.

Participantes

Além dos produtores, marcam presença representantes de entidades e líderes do setor agropecuário, técnicos, estudantes e representantes do poder público.

Após a campanha

Após a campanha de vacinação em curso neste mês de maio, que atinge bovinos e búfalos de até 24 meses, o Paraná deixa de vacinar contra a febre aftosa. Em setembro, o Ministério da Agricultura publica um ato normativo que mudará o status do Estado para Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, e a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) reconhecerá a condição do Paraná em 2021.

Para o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, o Paraná está preparado para o diagnóstico rápido da doença, que não se manifesta desde 2005. “Estamos realizando treinamentos, analisando o trânsito de animais e garantindo fortalecimento de barreiras nas divisas do Estado. São 33 postos de fiscalização”, disse. Cargas em trânsito de animais vacinados poderão transitar pelo Paraná desde que passem por pontos de ingresso estabelecidos pela Adapar.

Exportações

Em março deste ano, os técnicos Marta Oliveira Freitas (Adapar) e Fábio Peixoto Mezzadri (Deral/Seab) divulgaram estudo que mostra que o novo status pode dobrar as exportações de carne suína no Paraná, chegando a 200 mil toneladas ao ano.

Esse cenário é previsto se o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por China, Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária e representam 64% do comércio mundial de carne suína.

Além disso, as cadeias produtivas de carne bovina, de aves e leite também serão beneficiadas com o acesso a mercados que remuneram melhor.