Cotidiano

Cameron apela por tolerância em homenagem a deputada assassinada

BRITAIN-POLITICS_ATTACKLONDRES ? O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez nesta sexta-feira um apelo à tolerância durante um ato em homenagem à deputada trabalhista Jo Cox, assassinada na véspera. As campanhas para o referendo que definirá o futuro do Reino Unido na União Europeia (UE) continuam suspensas.

? Onde vemos ódio, onde vemos divisões, onde vemos intolerância, temos que erradicá-los ? afirmou Cameron, recordando que ?a tolerância é a base da democracia britânica?.

O premier e o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, ofertaram uma coroa de flores à parlamentar, esfaqueada e baleada em plena luz do dia na cidade de Birstall. Corbyn disse que o assassinato foi um ataque à democracia.

? Tiraram ela de nós em um ato de ódio, em um ato miserável ? declarou.

O líder trabalhista anunciou que o Parlamento se reunirá na segunda-feira em memória a Jo, interrompendo o recesso decretado pela realização do referendo sobre a UE, na próxima quinta-feira.

As campanhas para a consulta popular ? na qual será decidida a permanência ou saída do Reino Unido do bloco europeu ? foi se intensificando nos último dias, e nesta sexta-feira foram feitos apelos por moderação.

? Duas crianças perderam a mãe, um marido perdeu sua querida mulher, e o Parlamento uma de seus defensoras mais brilhantes e apaixonadas ? disse Cameron. ? Nosso país está comovido com toda razão, e eu acho que é hora de dar um passo para trás e pensar sobre as coisas que valorizamos em nosso país. Temos paz, temos estabilidade, temos um certo nível de bem-estar econômico… temos democracia nestas ilhas e tolerância é a base de tudo.

As motivações para o ataque ainda não estão claras. A polícia deteve o suspeito Thomas Mair, de 52 anos. Segundo um grupo de direitos civis americano, o susposto agressor comprou livros da organização neonazista e supremacista National Alliance, com sede nos Estados Unidos, que ensinam a fabricar armas e explosivos. Na quinta-feira, o irmão de Mair disse que ele tinha histórico de doença mental.