Cascavel – Criados na década de 1980, os módulos policiais instalados em todo o Estado caíram em desuso com o passar dos anos. Sem a eficácia desejada no combate à criminalidade, eles foram paulatinamente sendo abandonados e passaram a abrigar moradores de rua e servir de esconderijo para criminosos e usuários de drogas.
No Bairro Parque São Paulo, em Cascavel, o antigo módulo policial – que hoje não existe mais – foi até cenário de crime. Em julho do ano passado, José Manoel Irmão, de 75 anos, foi encontrado morto no interior da unidade.
Para moradores e comerciantes, um módulo em pleno funcionamento traria mais segurança ao bairro. No entanto, o abandono só trouxe mais problemas à região.
Acho que se tivéssemos um módulo policial funcionando inibiria a ação dos bandidos. Mas do jeito que estava antes, abandonado, é melhor não ter, porque serve como esconderijo para moradores de rua e usuários de drogas e isso só traz insegurança, afirma o comerciante Valdair dos Santos Pereira.
No Bairro Floresta, região Norte da cidade, a base policial ainda resiste ao tempo, mas está abandonado. Um comerciante local resolveu cuidar da unidade, fazendo a limpeza e colocando um cadeado na porta para evitar que andarilhos e usuários de drogas voltem a se abrigar nela.
Para a população do bairro, o projeto nunca trouxe sensação de segurança.
Esporadicamente vinha uma viatura e estacionava ali. Hoje temos a UPS, que resolveu os problemas de assalto que nós tínhamos na região. Temos um patrulhamento permanente, viaturas andando o dia inteiro. Também temos contato direto com os policiais. Tudo isso ajudou a resolver o problema, ressalta um empresário do bairro.
UPS é alternativa para reforçar a segurança
O projeto dos módulos policiais não será reativado, conforme já anunciou o Governo do Paraná. Para o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança de Cascavel), Luiz Sergio Wosiack, a UPS (Unidade Paraná Seguro) surgiu como solução para reforçar o policiamento em diversas regiões da cidade.
A UPS é o modelo a ser seguido. Está lá a prova. Depois da instalação na região Norte, a bandidagem se obrigou a migrar para outros lugares. Mas quem precisa cobrar isso [a instalação de novas unidades] é a comunidade, afirma Wosiack.
