Policial

Atendimentos a crianças e adolescentes reduziram 12%

Alerta se mantém, apesar de queda nas ocorrências

Cascavel – De janeiro até o dia 28 deste mês, o Corpo de Bombeiros registrou registradas 840 ocorrências na região Oeste. As estatísticas são de acidentes que envolvem crianças e adolescentes com até 14 anos.

“Em uma das ocorrências, crianças foram brincar embaixo da cama e atearam fogo no colchão, o que provocou incêndio em toda a residência. Isso exigiu esforço de uma equipe para o salvamento. Já presenciamos também uma situação em que quatro menores se esconderam no banheiro de uma casa que estava em chamas. Precisamos quebrar as paredes para retirá-los”, relata a tenente Marcela Schwendler, do 4º Grupamento do Corpo de bombeiros de Cascavel.

Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 12%. Apesar disso, o alerta é mantido, sobretudo, neste domingo 30 de agosto, quando se comemora o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes Contra Crianças e Adolescentes.

Os acidentes em meio de transporte ainda são os mais preocupantes e neste ano correspondem a 225 ocorrências atendidas no Oeste. O aumento do fluxo de veículos tem influência sobre as estatísticas.

De acordo com a tenente Marcela, os acidentes são mais prejudiciais às crianças devido à sua estatura.

“Quando é atingida por um carro, em uma situação de atropelamento, por exemplo, tem o tórax e a cabeça atingidos. Essas são regiões vitais e por isso os ferimentos causados são considerados graves”, comenta.

A maioria das situações envolve colisão entre automóveis e atropelamento. De janeiro ao dia 28 de agosto, 73 crianças menores de um ano até 14 anos, foram atropeladas na região. No ano passado houve 123 casos. Em relação aos acidentes entre veículos, 77 ficaram feridas. Foram 11 ocorrências de queda de moto neste ano, mas apesar do número baixo, são situações preocupantes pelo grau de ferimento às vítimas.

Responsabilidade

O Corpo de Bombeiros orienta que a responsabilidade maior é dos pais para se evitar, principalmente, os casos de acidentes no trânsito.

“Por mais que o veículo ande dentro do código de trânsito brasileiro e respeite a velocidade da via, se uma criança que vai buscar uma bola na rua é atingida, todo mundo vai querer culpar o motorista, mas a responsabilidade é do pai que deixou o seu filho na rua”, lembra a tenente.

Segundo ela, a atenção deve ser redobrada, dentro e fora dos veículos.

“Se estiverem no carro é preciso usar o cinto de segurança ou colocar a criança na cadeirinha e seguir as normas. Deve se ter cuidado também para que elas não brinquem nas ruas. Por mais que seja em um bairro tranquilo, estão expostas ao perigo, pois sempre pode ocorrer um acidente”.

Afogamento

Pelo menos duas ocorrências mensais para socorrer bebês que se afogam com leite materno foram registradas de janeiro a agosto deste ano na região Oeste. Embora a manobra de desobstrução de vias aéreas não seja uma tarefa difícil, o nervosismo de mães diante do filho atrapalha.

A tenente Marcela afirma que ao perceber a dificuldade da criança com a respiração, os pais devem ligar para o 193 que é o telefone de emergência dos Bombeiros. No entanto, algumas orientações devem ser seguidas até que a equipe se desloque ao local da ocorrência.

“A mãe tem que virar o bebê de bruços, inclinar a cabeça dele de forma que ela fique inferior a dos pés. Muitas vezes quando se faz esse movimento o leite já escorre pelo nariz ou pela boca, mas caso a criança continue sem respirar, o ideal é dar palmadas nas costas com a força moderada e eficiente para desobstruir as vias áreas”, explica.