Entre os exemplos dos que reduziram o plantel está a propriedade de Marli e José Machado, na comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, em Cascavel. De 36 vacas lactantes na ordenha todos os dias, hoje elas não passam de 21. “Tivemos que vender para pagar as contas”, conta José.
Ele até está animado com o leve aumento no preço pago pelo litro, mas admite que, de R$ 1,10, o custo de produção ultrapassa R$ 1. “Sobra uns centavinhos e isso que agora ainda está bom, mas no ano passado a gente quase pagou para trabalhar. São pelos altos e baixos que estamos pensando em abandonar a bovinocultura de leite depois de 18 anos dedicados a isso”, conta o casal.
Com duas ordenhas diárias, 30 dias por mês, 365 dias no ano, o casal consegue uma produção diária de 450 litros, mas alerta que o que recebe dá apenas para pagar as contas. “Guardar dinheiro disso aqui nem pensar. Só trabalhamos aqui eu e a minha esposa, se tivesse funcionário daí sim que não dava para suportar”, destacou.
A esperança é de que no dia 15 deste mês, quando então receberão pela produção mensal, haja uma pequena correção dos valores. “A pastagem está acabando, precisamos comprar ração e ela está cada vez mais cara”, completa.
