Economia

Oeste recebeu R$ 1,5 bilhão de Auxílio Emergencial em 1 ano

Agora, terá início a terceira fase do auxílio, com valores menores

Oeste recebeu R$ 1,5 bilhão de Auxílio Emergencial em 1 ano

Cascavel – Com a proximidade do início dos pagamentos da terceira fase do Auxílio Emergencial, do governo federal, prevista para abril, a reportagem do Jornal O Paraná compilou os dados do Portal da Transparência do Ministério da Cidadania para saber quanto foi enviado para famílias da região oeste do Paraná. Em dez meses de pagamento foram nove parcelas pagas de abril de 2020 a janeiro de 2021 e a região recebeu R$ 1.589.649.646.

Os valores oscilam bastante entre os meses, por conta de verificações mensais no sistema Dataprev e em bancos de dados utilizados pelo Ministério, que poderiam habilitar novos cadastros e retirar outros que não se enquadravam mais. O mês de maior repasse foi julho de 2020, quando chegaram à região R$ 221,236 milhões, depositados nas contas das famílias cadastradas.

Podiam receber o auxílio de R$ 600 cidadãos maiores de 18 anos ou mães com menos de 18 anos, autônomos, desempregados e MEIs (Microempreendedores Individuais), cuja renda mensal por pessoa não ultrapassasse meio salário mínimo ou a renda familiar total fosse de até três salários mínimos (R$ 3.135). Mães de família solteiras receberam R$ 1.200 por mês. Foram pagas cinco parcelas. Depois, o valor caiu para quatro parcelas R$ 300 e R$ 600 (para mães solteiras), pagas entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, na chamada extensão.

Agora, terá início a terceira fase do auxílio, com valores menores. Serão quatro parcelas de R$ 150 para pessoas que moram sozinhas, R$ 250 para trabalhadores e R$ 375 para as mulheres provedoras de família monoparental (mãe solteira). A proposta que autoriza o pagamento já foi aprovada pelo Congresso, mas tanto parlamentares quanto governadores pressionam o governo federal para manter as parcelas de R$ 600.

Ajuste do sistema

Nos primeiros meses de pagamento do benefício, houve uma variação significativa, levando em consideração todos os critérios de elegibilidade que precisavam ser avaliados, para a criação de um banco de dados coordenado pela Dataprev, que é responsável pela gestão da Base de Dados Sociais do Brasil. Em agosto de 2020, já havia cerca de 15 bancos de dados que eram utilizados todos os meses para atualizações cadastrais e verificações, que poderiam credenciar novos beneficiários e também, retirar casos que não estivessem mais enquadrados.

Além disso, órgãos de fiscalização e controle em esfera federal auxiliaram neste processo, tais como, Polícia Federal, TCU (Tribunal de Contas da União) e CGU (Controladoria-Geral da União), conforme informações concedidas pelo Ministério da Cidadania.

 

Foz e Cascavel ficaram com metade do valor

Praticamente metade dos R$ 1,5 bilhão injetados na região oeste ficou em apenas dois municípios. Juntas, Foz do Iguaçu e Cascavel receberam R$ 779 milhões. Uma por ter sido a mais prejudicada com a pandemia, a outra por ter a maior população.

De maneira geral, o valor repassado nesses dez meses refletiu diretamente na manutenção das finanças pessoais e no comércio local, já que com isso, os beneficiários puderam manter seu poder de compra e os empreendimentos continuaram a receber, evitando muitas demissões e falências, já que esse era um cenário previsto desde o começo da pandemia e o auxílio foi fundamental nesse processo.

“Trouxe, de alguma forma, um alento à economia regional, no qual os beneficiários do auxílio puderam de alguma forma diminuir suas dívidas e adicionar um pouco de fôlego ao comércio e aos serviços em geral”, explica o economista Rui São Pedro.

Todos os setores da economia foram afetados e beneficiados pelas parcelas de ajuda do governo. “Os recursos, de alguma forma, movimentaram a agricultura, o agronegócio e, em parte, o turismo, sendo este o segmento que mais sofreu com a pandemia”, cita Rui São Pedro.

Mais prejudicada com a pandemia, devido ao fechamento da fronteira com o Paraguai e a Argentina e a queda dos visitantes estrangeiros, Foz do Iguaçu teve a maior parcela do auxílio, com injeção de R$ 416.740.517 nesse ano.

Já a maior cidade, Cascavel, recebeu R$ 362.589.316. Em seguida vêm Toledo, que recebeu R$ 139.100.190; Medianeira, que recebeu R$ 51.128.594; Marechal Cândido Rondon, R$ 47.529.528.

Os menores repasses ocorreram para Iguatu e Iracema do Oeste, ambos de R$ 2,6 milhões no total.