Beneficiado pelo mercado externo e com a expectativa em torno do aumento dos juros no Brasil, o dólar fechou abaixo de R$ 5,30 pela primeira vez em quatro meses. A bolsa de valores subiu pelo segundo dia seguido e atingiu o nível mais alto desde meados de outubro.
O dólar comercial encerrou a terça-feira (1º) vendido a R$ 5,273, com recuo de R$ 0,033 (-0,62%). A cotação oscilou na primeira hora de negociação, chegando a registrar momentos de alta por volta das 10h30, mas inverteu o movimento e passou a cair até fechar próxima da mínima do dia.
Esta foi a quarta sessão seguida de queda do dólar. Com o desempenho de hoje, a divisa acumula queda de 5,43% em 2022. Desde que atingiu R$ 5,71, em 5 de janeiro, a moeda norte-americana caiu 7,69%. Desde ontem (31), o euro comercial está sendo vendido abaixo de R$ 6. Nesta terça, a cotação do euro fechou em R$ 5,933, no menor nível desde 29 de junho do ano passado.
O dia também foi marcado pelo otimismo no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.228 pontos, com ganho de 0,97%. A alta foi puxada por empresas do setor de commodities, que se beneficiaram da valorização do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional. A bolsa acumula valorização de 1,18% na semana e de 8,02% em 2022.
O mercado está na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que começou hoje (1º) e termina amanhã (2). As instituições financeiras esperam que a taxa Selic (juros básicos da economia) seja elevada para 10,75% ao ano, atingindo os dois dígitos pela primeira vez em cinco anos.
Juros mais altos no Brasil ajudam o país a impedir a migração de capitais para economias avançadas. No mercado externo, o dia foi mais uma vez tranquilo. Apesar de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) confirmar que aumentará os juros básicos nos Estados Unidos a partir de março, parte dos investidores entende que o efeito do aperto monetário está precificado (incorporado aos preços) para ativos de países emergentes.
ABR