CARACAS ? Frente às prateleiras vazias nos mercados venezuelanos, um grupo de cerca de 500 mulheres se juntou para atravessar a atualmente fechada fronteira com a Colômbia e comprar alimentos. Vestidas de branco, elas forçaram sua entrada na cidade de Cúcuta após ultrapassarem um cordão policial. Segundo autoridades, a circulação ilegal de venezuelanos na região tem se tornado mais frequente nas últimas semanas.
A iniciativa das venezuelanas foi registrada em imagens que agora circulam nas redes sociais. Elas gritam ?sim, é possível? enquanto tentam cruzar a fronteira. Elas se referem à possibilidade de comprar bens básicos sem o impedimento das autoridades locais.
De acordo com a agência EFE, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores está em Cúcuta coordenando a situação com todas as entidades que cuidam das questões na fronteiras. Além disso, a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, deverá viajar à cidade amanhã, segundo o ?El Universal?.
Em agosto de 2015, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou o fechamento da fronteira terrestre entre a Colômbia e a Venezuela, que tem mais de 2,2 mil quilômetros. A decisão foi parte de uma campanha contra o contrabando e a suposta ação de paramilitares na região. Desde então, centenas de colombianos que vivem no lado venezuelano foram expulsos de suas casas e vários milhares de pessoas voltaram para casa para não correrem o mesmo risco.
Atualmente, a Venezuela vive uma profunda crise econômica, que inclui a escassez de itens básicos e os altos preços. Com isso, os venezuelanos enfrentam longas filas diárias na tentativa de conseguir produtos nos supermercados e nas farmácias, onde muitas prateleiras já estão vazias. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação do país pode chegar a 700% em 2016.