Nosso corpo é uma máquina perfeita. Para que ele funcione adequadamente, precisa de sangue e oxigênio. As veias e as artérias fazem o transporte desses dois componentes tão essenciais por todo o organismo. Às vezes, alguns problemas podem surgir pelo caminho, demandando atenção médica. É o caso das varizes pélvicas, veias dilatadas que transportam (drenam) o fluxo sanguíneo dos órgãos pélvicos em direção ao coração, sempre em mão única e, geralmente, em sentido contrário ao da gravidade.
Diagnosticadas na pelve, região inferior do abdome, onde estão localizados os órgãos genitais internos, essas varizes podem afetar o útero, as tubas uterinas e os ovários. Engana-se quem pensa que elas são prioridade feminina. Os homens também podem sofrer com este mal, sendo as varizes mais comuns as que aparecem nos testículos, alteração chamada de varicocele.
Por que são preocupantes? O que causam?
Segundo o radiologista intervencionista e angiorradiologista André Moreira de Assis, do Criep (Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa), a síndrome de congestão pélvica é uma causa frequente de dor pélvica crônica, ou seja, aquela que persiste por mais de seis meses.
“A dor na região é bem característica e piora durante o período pré-menstrual, no fim do dia ou após longos períodos em pé”, ressalta o radiologista intervencionista. “As varizes na região pélvica podem surgir apenas por fatores genéticos, no entanto, são mais comuns após a gravidez”.
No homem a varicocele acomete com maior frequência o testículo e ocorre devido à presença de refluxo nas veias do plexo pampiniforme, que se tornam incompetentes para drenar o sangue. As veias da bolsa escrotal podem aparecer ingurgitadas simulando uma bolsa de minhocas. Isso pode ser mais evidente durante esforços ou exercício físico. A doença pode causar dores na região testicular e levar à diminuição da fertilidade.
Tratamento
Hoje existem diversos tratamentos que vão desde medicamentos até cirurgias para a doença. A Embolização Endovascular das Varizes Pélvicas é hoje considerada o método mais moderno existente. “Bastante eficaz, é uma técnica nova e minimamente invasiva. Inserimos um cateter e aplicamos materiais para a oclusão da veia comprometida, por meio de um pequeno furo na virilha. Esse é um procedimento sem cortes ou cicatrizes e o sucesso técnico se aproxima de 100%”, afirma o médico André Moreira Assis.
O especialista lembra que alguns cuidados como adotar hábitos saudáveis e praticar exercícios regularmente podem melhorar o retorno do sangue venoso para o coração e ajudar a controlar os sintomas da doença. Entretanto, cada caso deve ser analisado individualmente em uma consulta médica prévia.
Fonte: http://www.criep.com.br