Cotidiano

Uopeccan: a evolução da medicina

Somente cinco pacientes sofreram rejeição do órgão

Uopeccan: a evolução da medicina

Um marco histórico para Cascavel foi a realização do centésimo transplante de fígado no Hospital do Câncer Uopeccan. Para comemorar a realização, a Uopeccan fez questão de reunir a equipe médica para ressaltar a importância do serviço que tem ajudado a salvar vidas.

Desde 2011 a Uopeccan buscava o credenciamento para o transplante de fígado e conseguiu fazer o primeiro procedimento em 2017.

O presidente da Uopeccan, Leopoldo Furlan, destaca que chegar ao número só foi possível pela união de forças do hospital: “É um resultado positivo e que temos 90% de aproveitamento. Para nós representa a evolução da medicina na nossa região”.

O responsável pela equipe de transplantes, Luís Cesár Bret, disse que uma das necessidades era deixar o serviço mais próximo dos pacientes do interior, evitando se deslocassem até Curitiba para fazer o transplante. “Isso beneficiou uma quantidade enorme de pacientes que tiveram acesso ao ambulatório e que puderam se tratar de uma doença potencialmente fatal, que é a cirrose do fígado. Vários municípios carentes se viram beneficiados e tiveram acesso facilitado pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”.

Segundo ele, cinco dos 100 casos de transplante foram retransplantes, ou seja, cinco pacientes apresentaram rejeição do órgão e passaram pelo procedimento duas vezes.

Os casos mais recorrentes e que necessitam de transplante são de cirrose hepática: “O oeste do Paraná é um bolsão endêmico de hepatite B, hepatite C e cirrose por álcool”.

O centésimo transplante foi em uma mulher de 22 anos e o procedimento durou oito horas.

Critérios

O cirurgião-geral Gabriel Margraf explica os critérios para que o órgão possa ser doado e um deles é de que o fígado seja compatível com o organismo do receptor. “É feita uma série de exames clínicos para ver a viabilidade do órgão, se é saudável, viável para o receptor, e o doador deve ter até 70 anos de idade”.

Margraf explica também que a Uopeccan realiza apenas transplantes para adultos, então tanto o doador como o receptor precisam ter mais de 18 anos.

Fila de espera

O médico Gabriel Margraf explica que quem controla a fila à espera de transplantes é a Central Estadual de Transplantes e que a entrada de Cascavel na oferta do serviço contribuiu para que a fila diminuísse: “Hoje existem quase 100 pacientes na fila. Essa demanda se mantém desde o início, porque a procura aumentou”.

Nova chance

Danilo Gabriel da Silva é um dos pacientes que receberam o novo fígado. Ele tinha apenas 19 anos quando foi diagnosticado com hepatite aguda. Dentro de 12 horas, Danilo passou por todos os processos: desde as avaliações necessárias até a cirurgia. “Graças à agilidade da equipe eu estou aqui. Minha perspectiva de vida mudou e a minha vida passou a ter mais sentido depois dessa situação de quase morte”, revela.

Danilo afirma que será um doador de órgãos. “Eu passo isso para as pessoas: é possível salvar vidas. Todos deveriam ter mais conhecimento sobre a doação de órgãos”.