Cotidiano

União europeia quer encerrar discussões sobre livre comércio em um ano, diz ministro

BRASÍLIA – O ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou nesta quarta-feira que a União Europeia tem demonstrado, nas últimas reuniões, mais interesse em agilizar as discussões para um acordo de livre comércio com o Mercosul. Em entrevista à imprensa, Pereira e o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, disseram que a comissária europeia de comércio, Cecília Malmstrom, sinalizou que pretende finalizar as discussões no período de um ano.

? Os negociadores do MDIC e do governo perceberam uma disposição da Europa como não havia antes, de avançar nos diálogos. Mesmo com uma eleição na França e na Alemanha (neste ano), há disposição de avançar no diálogo ? disse Pereira.

Os ministros falaram após uma série de reuniões, durante os últimos dois dias, e que culminou na assinatura de uma cooperação técnica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para facilitação do comércio entre os países. O investimento nessa cooperação será de US$ 250 mil. A parceria terá o objetivo de mapear eficiência e transparência de procedimentos em vigor no comércio bilateral e reduzir prazos e custos no fluxo comercial, por exemplo.

TRUMP

Cabrera e Pereira ainda comentaram que as políticas protecionistas e as recentes decisões políticas do presidente norte-americano Donald Trump devem abrir uma janela de oportunidade para o Mercosul. Segundo eles, há uma previsão de intensificação das relações com a Aliança do Pacífico, inclusive com o México, e há em andamento levantamentos sobre uma possível aproximação com os países do sudeste asiático. Pereira ainda afirmou que o Mercosul está mais forte e ganhou mais fôlego com a suspensão da Venezuela do bloco.

? O Mercosul é um grande mercado e aqueles que poderão sofrer alguma dificuldade com a postura dos Estados Unidos, poderão e seguramente procurarão o Brasil para avançar no tema de negociações de livre comércio ? disse Pereira.

? Se efetivamente a politica dos EUA é revisar e cancelar alguns acordos comerciais, haverá muitos sócios do sudeste asiático que vão querer revisar toda a sua política externa ? completou Cabrera.

Sobre o programa de incentivo argentino a compra de autopeças nacionais, que impactou as exportações brasileiras para o país, o MDIC se limitou a informar que o tema foi discutido, que a nova legislação argentina está sendo estudada e que o Brasil vem acompanhando o assunto com ?apreensão?.