Cotidiano

Temer faz viagem oficial para Rússia e Noruega; Maia assume Presidência

O presidente Michel Temer divulgou nesta segunda-feira (19) no Twitter um vídeo em que diz que criminosos "não sairão impunes" e serão responsabilizados pelos atos ilícitos que praticaram.

Temer não mencionou o nome do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F. No entanto, ele decidiu gravar o vídeo neste domingo (18), após reunião com aliados em que foi discutido o impacto da entrevista de Joesley à revista Época.

Na entrevista, o empresário acusou Temer de chefiar "a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil". Ele também afirma que o presidente não fazia "cerimônia" ao pedir dinheiro para o PMDB.

No vídeo, Temer diz que "está claro" o roteiro usado por alguns criminosos: "apontam o dedo para outros tentando fugir da punição", segundo o presidente.

"Já está claro o roteiro que criaram para justificar seus crimes: apontam o dedo para outros tentando fugir da punição. Aviso aos criminosos que não sairão impunes. Pagarão o que devem e serão responsabilizados pelos seus ilícitos. […] Vocês sabem que não pratico retaliações. Por tradição e formação, acredito na Justiça. Sempre respeitei a independência dos poderes. É assim que continuarei agindo. ", disse Temer.

O presidente afirmou ainda que o governo acabou com o favores que beneficiavam algumas empresas, o que, segundo Temer, desagradou criminosos que cresceram com "dinheiro público".

"Acabamos com os favores que privilegiavam apenas algumas poucas empresas. Cortamos as práticas que permitiam a criminosos crescer à sombra dos ilícitos e do dinheiro público jorrado sem limite e com juros camaradas. E muita gente não gostou disso", afirmou Temer no vídeo.

Histórico

As declarações do dono da J&F à Revista Época agravaram a crise política enfrentada por Temer desde que se tornou pública a gravação de uma reunião entre o presidente e o empresário. Num dos trechos do áudio, segundo procuradores da República, Joesley fala que segue pagando propina todo mês a Eduardo Cunha, e Temer teria dado anuência.

Alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça, Temer aguarda o provável oferecimento de uma denúncia contra ele. Se for aceita por deputados e ministros da Suprema Corte, o presidente vira réu na Lava Jato e é afastado do mandato.

A expectativa é de que esta denúncia seja oferecida ainda nesta semana, quando o presidente estará em viagem oficial à Russia e à Noruega. O embarque estava marcado para a manhã desta segunda. Mas, foi adiado em cima da hora para o início da tarde, mesmo sem a inclusão de novos compromissos na agenda do presidente.