SÃO FRANCISCO – A ação judicial por discriminação de idade de uma mulher contra a Google poderá incluir outras pessoas que talvez tenham tido emprego negado na empresa por serem consideradas velhas demais. Uma juíza federal de San José, na Califórnia, concedeu na quarta-feira aprovação condicional para o avanço do processo com categoria de grupo em nome de pessoas com 40 anos ou mais que não tiveram sucesso ao se candidatarem a cargos na área de engenharia da gigante da internet desde agosto de 2010.
Cheryl Fillekes afirma que foi entrevistada quatro vezes pela Google de 2007 a 2014 e que a empresa nunca ofereceu emprego a ela apesar de suas ?qualificações altamente pertinentes e experiência com programação? devido à idade. Ela acusou a empresa de manter ?um padrão sistemático e a prática de discriminação? contra pessoas mais velhas.
A juíza distrital dos EUA Beth Labson Freeman disse que embora sua decisão não julgue o mérito do caso, Fillekes respaldou suas acusações de discriminação por idade com afirmações de outras pessoas que tiveram candidaturas a empregos rejeitadas para mostrar que todas seriam ?vítimas de uma única decisão, política ou plano.?
A empresa terá mais uma chance de argumentar que o caso não se encaixa na categoria de ação coletiva após reunir novas evidências, disse a juíza. Freeman não concedeu categoria de ação coletiva a um homem que teve emprego negado no Google e que também acusava a empresa de discriminação por idade.
William Fitzgerald, porta-voz da Google, preferiu não comentar a decisão.
A Google contestou a categoria de grupo, afirmando em documento judicial que recebeu mais de 1 milhão de candidaturas para vagas de engenharia nos últimos seis anos e que não há como saber quais candidatos tinham 40 anos ou mais porque a empresa não coleta dados sobre a data de nascimento. A empresa argumentou que a apuração de todos os fatos que impediram a contratação de indivíduos específicos dificulta o caso.
A empresa também disse que a teoria sobre a idade levantada por Cheryl Fillekes é “especulação, não uma prova”, porque a candidata foi entrevistada várias vezes depois que a empresa soube que ela tinha mais de 40 anos. A Google disse que enquanto Cheryl e os outros candidatos que ela citou como exemplos no caso foram considerados pela equipe de entrevistadores “Googley? o suficiente para se ajustarem a cultura da empresa, eles não demonstraram a aptidão técnica necessária para o trabalho.
HP E PWC
A decisão de quarta-feira saiu em um momento em que outras empresas também enfrentam casos de discriminação por idade, nos quais os funcionários buscam a categoria de ação de classe. A HP e a Hewlett Packard foram acusadas em agosto de demitirem ?dezenas de milhares? de funcionários com 40 anos ou mais e substituí-los por trabalhadores mais jovens. A PricewaterhouseCoopers foi processada em fevereiro, acusada de se orgulhar de contratar ?millennials?, os jovens da geração Y, e rejeitar candidatos mais velhos. A PwC negou as acusações.
A Tesla Motors foi processada no mês passado por um engenheiro que afirma que sua idade, 69 anos, foi ?um importante fator motivador? para sua demissão, em fevereiro, embora ele não tenha aberto processo como ação de classe.