RIO – Cientistas da Universidade de Michigan encontraram uma correlação entre aumento dos anos de escolaridade e a diminuição de taxas de demência na população americana, em estudo publicado nesta segunda-feira no periódico “JAMA Internal Medicine”.
Analisando a prevalência da demência em mais de 21 mil americanos com mais de 65 anos, o estudo mostrou que os sintomas atingiam 11,6% desta população em 2000, caindo para 8,8% em 2012.
Por outro lado, o tempo médio de escolaridade nesta população aumentou de 11,8 anos para 12,7 de 2000 para 2012.
Os pesquisadores associam a escolaridade a um fator essencial para a saúde do cérebro; além disso, um melhor controle de riscos cardiovasculares também podem ter contribuído para a queda nas taxas.
Outras pesquisas em alguns países ricos, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa, já haviam mostrado uma tendência de queda na demência nas décadas recentes ? “Dementia in western Europe”, divulgado no ano passado no periódico “The Lancet” com dados de quatro cidades europeias, mostrou um declínio no Reino Unido e entre homens na Espanha, no entanto, não houve mudanças significativas na Suécia e na Holanda.
? Nossos resultados se somam a um crescente corpo de evidência de que o declínio do risco de demência é um fenômeno real e que a expectativa de crescimento da incidência pode não ser tão extensiva como pensamos no passado ? afirma o autor que liderou a pesquisa nos Estados Unidos, Kenneth Langa.
Os autores ressaltam, porém, que ainda é preciso mapear o conjunto de fatores físicos, sociais e comportamentais que têm influência no quadro. A mesma equipe de pesquisadores está desenvolvendo uma técnica que poderá permitir a avaliação da incidência da demência em outros países.