Se o tempo é capaz de produzir milagres, Tarcísio Meira chega em ?A lei do amor??, próxima trama das nove, como forte candidato a defensor dessa tese. A partir de segunda-feira, o ator, de 81 anos, interpreta o poderoso Fausto, um político e empresário com vasto currículo de falcatruas. Mas ele se cansa do jogo de poder e corrupção. Vinte anos depois, na segunda fase da novela, tudo o que o marido de Magnólia (Vera Holtz) deseja é deixar essa vida e se tornar uma pessoa melhor. Nos planos do ex-prefeito de São Dimas está a intenção de sair da cidade para morar longe com sua amante de longa data, Suzana (Regina Duarte). Mas, em meio ao processo de dar adeus à vilania, ele sofre um atentado, que o coloca em estado vegetativo.
? Fausto é um bom bandido que quer ser um bandido bom (risos). Nós todos estamos mudando o tempo todo, somos mutantes. Acho possível que isso aconteça com Fausto. Eu mesmo fiz coisas na minha vida das quais eu me arrependo. Quem de nós não tem um arrependimento? ? defende o veterano.
Com mais de cinco décadas de carreira, Tarcísio se mantém intocável em um posto que ocupa desde o início, o de galã. Estar nesse lugar, no entanto, não é garantia de prazer.
? O papel de galã é muito chato e vinha carregado de preconceito, de uma carga desrespeitosa. Por isso, sempre procurei dar características mais fortes para os personagens que eram nitidamente galãs. Mas é importante que as pessoas saibam que o galã vem de fora para dentro, não é de dentro para fora. Eu não assumi essas características, as pessoas é que me viam assim. Sempre fui um modesto ator ? afirma.
Casado há 54 anos com Glória Menezes, o ator curte ver seu charme, tão festejado pelo grande público, ser motivo de elogios também dentro de casa:
? Minha mulher acha bom que eu seja um galã e ela é minha ?galoa??.