BUENOS AIRES – Mais de nove anos após a polêmica intervenção do Indec (o órgão estatístico oficial da Argentina) por parte do governo Néstor Kirchner (2003-2007), o organismo, acusado durante todo este tempo de manipulação das estatísticas oficiais da Argentina, voltou a divulgar um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) com credibilidade entre economistas locais. De acordo com o novo diretor do Indec, Jorge Todesca, em maio passado o IPC argentino subiu 4,2%, superando até mesmo o índice calculado pelo Congresso argentino (o mais confiável durante todo este tempo), que alcançou 3,5%.
? Deixamos atrás nove anos nos quais foram destruídas as estatísticas públicas ? declarou Todesca.
Segundo a nova medição do Indec, mês passado o transporte aumentou 5,6%, os alimentos 3,7% e os serviços básicos 5,2%.
O combate à inflação é uma das principais batalhas que está enfrentando o governo do presidente Mauricio Macri. A Casa Rosada espera que a taxa comece a baixar a partir dos próximos meses, mas analistas locais estimam que o país poderia fechar o ano de 2016 com até 40% de inflação.
Nos últimos 12 meses, segundo a medição realizada pelo Congresso, o IPC acumulou aumento de 43,6%, o mais alto desde 1990.
? Nossa prioridade é cumprir com a promessa de baixar a inflação ? disse o ministro da Fazenda, Alfonso Prat Gay.