Capitão Leônidas Marques – Cansadas de esperar uma solução, mais de cem famílias moradoras da área do reservatório da Usina Baixo Iguaçu resolveram se manifestar em frente ao escritório da Copel em Capitão Leônidas Marques, nessa segunda-feira (22).
Isaías Loures teve parte da propriedade alagada e está desde 2013 à espera de solução. “A empresa prometeu pagar e até agora nada. São mais de cem famílias que não foram ressarcidas pela empresa responsável. De 2013 para cá houve várias tentativas de acerto com governo, IAP [Instituto Ambiental do Paraná], Copel e Neoenergia, mas sempre foram postergando e nós estamos até hoje nesta situação”.
Os manifestantes reclamam que o Instituo Ambiental do Paraná concedeu autorização para enchimento do lago e funcionamento da usina mesmo tendo conhecimento de que dezenas de famílias estão em áreas de risco e de que o consórcio não cumpriu o acordo.
“As famílias estão a 10, 15 metros de distância de onde parou a água do reservatório e correm grande perigo. Queremos que o IAP reveja as condições do licenciamento. Nós não entendemos por que deram a licença mesmo sabendo que existem famílias ali”, questiona Isaías.
Dentre as reivindicações, os manifestantes pedem que se forme novamente uma Comissão Multidisciplinar com governo do Estado, empresas responsáveis, IAP, Prefeitura e Câmara de Capitão Leônidas Marques e famílias atingidas para que sentem à mesa de negociações e cheguem a uma solução.
As famílias atingidas também reclamam da falta de um canal de negociação com a empresa, que, segundo Isaias, “não quer conversa. Muitas famílias estão sendo ameaçadas. Eles vão às propriedades e falam para pegar o que estão oferecendo ou irão para a Justiça. Foi marcada uma reunião com a presidência da Copel, fomos a Curitiba, arcamos com o custo da viagem e, ao chegarmos para a reunião, simplesmente desmarcaram, sem qualquer justificativa”, reclama.
Ontem, na parte da tarde, as famílias foram para a agência do Banco do Brasil, onde ficaram até o meio da tarde, e então retornaram ao Escritório da Copel de onde, segundo eles, não sairão enquanto não forem atendidos.