BRASÍLIA – Mesmo tendo ficado preso por cem dias, dado como foragido e concorrendo sub judice, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), ainda pode ser reeleito no município. Ainda que situação seja delicada. Ele concorreu no último domingo e recebeu 25,9% dos votos válidos. Mas sua votação é considerada nula, até que haja uma decisão final da Justiça Eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais começa a julgar nesta terça seus recursos e embargos. Sem Muniz no páreo, e sem contabilizar seus votos, o ex-deputado federal Humberto Souto (PPS) está eleito no primeiro turno, com 54,89% dos votos válidos. Se o atual prefeito for considerado apto, haverá segundo turno entre os dois.
O TRE de Minas confirmou semana passada decisão do juiz eleitoral da cidade, Antônio Rosa, e indeferiu, por unanimidade, a chapa do prefeito. A defesa de Muniz, no final do julgamento, anunciou que iria recorrer, o que garantiu ao candidato permanecer na disputa, mas sub judice.
Muniz diz ser alvo de uma perseguição política que, em tese, envolve da Igreja Católica à Maçonaria, do Ministério Público à Polícia Federal e até do ex-governo de Dilma Rousseff. Ele é acusado de beneficiar seu próprio hospital e também de estar envolvido num esquema de super-faturamento de combustível. Em entrevista ao GLOBO, há uma semana, o prefeito afirmou ser o melhor do país.