MOSCOU ? O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse nesta quarta-feira que impediu tentativas de dois ucranianos armados de adentrar a Crimeia e desmantelou uma rede de espionagem ucraniana dentro da península anexada. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o país vizinho de recorrer ao terror para desestabilizar a região às vésperas das eleições previstas para setembro. Um agente do serviço secreto e um militar russo morreram na ação, segundo o Kremlin. russiaucrania1008
? Esta é uma notícia muito alarmante. Nossos serviços de segurança impediram uma incursão (na Crimea) de um grupo de sabotagem do ministério ucraniano da Defesa ? declarou Putin, que acusou as pessoas que “tomaram o poder em Kiev” de “praticar o terror”, segundo agências de notícias russas.
De acordo com o FSB, o primeiro grupo de “sabotadores-terroristas” foi descoberto perto da cidade de Armyansk, na Crimeia, na madrugada de 6 para 7 de agosto. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que mantém um grupo de observadores na fronteira russo-ucraniana, não relatou qualquer incidente.
A OSCE, no entanto, observou em um comunicado na terça-feira que a circulação movimento de carros através da linha de demarcação entre a Ucrânia e a Crimeia foi suspensa nos últimos dias e que os guardas de fronteira pareciam estar em “estado de alerta”.
? Esta iniciativa de provocar violência (…) é um jogo muito perigoso ? declarou Putin em entrevista coletiva no Kremlin, anunciando medidas suplementares para garantir a segurança da península.
O presidente ainda pediu que o Ocidente exerça mais pressão sobre as autoridades de Kiev se realmente quiser chegar a uma solução pacífica para o conflito ucraniano.
O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Olexander Turchinov, refutou o que chamou de acusações “falsas e histéricas?, e o Estado-Maior descreveu as declarações russas como “provocação”. Já o Ministério da Defesa ucraniano afirmou que esta era uma tentativa de justificar as ações agressivas dos militares russos no território da península anexada.
? A Ucrânia não está tentando apreender ou tomar à força o seu território, e não vai fazer isso ? garantiu Yuriy Tandite, um assessor do chefe do serviço secreto ucraniano (SBU), citado pela agência Interfax-Ucrânia.
A Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia em 2014 em operação que gerou sanções da União Europeia e Estados Unidos. A Ucrânia diz que quer de volta sua península estrategicamente importante, enquanto Moscou diz que a questão está encerrada.