BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira a decisão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, de afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado nesta segunda-feira. Maia afirmou que a decisão “não deveria ter ocorrido”, mas, já que foi tomada, disse que é preciso “diálogo” e harmonia entre os poderes para superar a crise no país.
0612RenanRecurso– A crise que passa a política brasileira, não só o Senado, nos coloca na posição de tentar acalmar o ambiente e ver de que forma a gente pode recompor o diálogo. A decisão de ontem não deveria ter ocorrido, mas ela já ocorreu. Agora, nos cabe no diálogo construir uma solução para que os poderes possam voltar a trabalhar em harmonia. A palavra chave é harmonia – disse o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia negou a possibilidade de o Legislativo reagir à decisão do ministro do STF. Apesar das críticas ao afastamento de Renan, ele disse que não vai “caminhar para o conflito”:
– Não sou a favor de reação, sou a favor do diálogo, e o caminho do momento é, entendendo que uma decisão monocrática talvez não tenha sido o melhor caminho, a gente precisa trabalhar com harmonia. Reação é uma palavra que caminha para o conflito, e acho que não está na hora desse tipo de conflito, a hora é de harmonia entre os poderes – afirmou.
O presidente da Câmara elogiou ainda a postura do senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado e que assume no lugar de Renan Calheiros. Apesar da pressão do PT e da sinalização por parte de Viana de que vai suspender a votação do segundo turno da PEC do teto de gastos, principal pauta do governo, Maia disse que o senador é um político “muito ponderado” e que entenderá que, caso se mantenha na presidência do Senado, deverá atender a maioria da Casa.
– Ele tem tido posturas muito corretas no diálogo entre base e oposição. Espero que ele entenda que a presidência do Senado é uma representação institucional da federação, não é uma representação da oposição. Qualquer presidente para governar precisa atender os anseios da maioria, e a maioria que votar a PEC do teto.