CARNE FRACA
Um escândalo sem precedentes colocou a pecuária brasileira em xeque no mundo todo, especialmente no mercado interno. É descoberto um esquema de adulteração de carne e processados, inclusive com adição de papelão e até venda de carne vencida e podre, tudo com o objetivo de lucrar e com a conivência de fiscais e frigoríficos.
A Operação Carne Fraca levou para a cadeia fiscais do Ministério da Agricultura e executivos de alguns dos principais frigoríficos do Paraná. E abalou a pecuária nacional.
Depois de dois anos de investigação, a polícia identificou uso de produtos químicos para maquiar carne imprópria para consumo. Parte do dinheiro abastecia partidos políticos. A Justiça Federal determinou bloqueio de R$ 1 bilhão de empresas envolvidas no processo.
A maior ação da PF envolveu 1,1 mil agentes da Polícia e foi desenvolvida no Paraná, em São Paulo, no Distrito Federal, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em Goiás, para desmantelar grupo de empresários, executivos e servidores públicos que usavam os produtos na carne já vencida. O produto era vendido no Brasil anterior.
E o reflexo do escândalo, no País, foi imediato. Em apenas uma semana, houve queda de 19% nas exportações, o que significou mais de US$ 10 milhões.
Um trabalho de fiscalização para identificação e fechamento dos frigoríficos envolvidos foi realizado e uma intensa diplomacia garantiu que o Brasil reabrisse os mercados e retomasse as exportações.
Brasil está na mais longa recessão da história
Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em março, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 teve um recuo de 3,8%, parecido com o de 2015, o que representou R$ 6,3 bilhões no ano. Com o resultado, pôde-se perceber que o País passava pela mais longa recessão da história. Apesar de alguns setores começarem a dar sinal de melhoras, a previsão, em março, era de que a economia iria demorar para crescer novamente. Já que 2016 foi o segundo ano consecutivo com o PIB em queda.
Mesmo com a crise assolando o restante do País, quatro cidades do Paraná, em pesquisa, foram eleitas entre as 18 melhores do País. A pesquisa considerou 16 indicadores e envolveu apenas cidades com mais de 266 mil habitantes. O maior destaque ficou para Maringá, que apareceu em primeira colocação. Depois, Curitiba, em nono lugar. Londrina ficou em 15º e Cascavel em 18º. O estudo apurou desempenhos em Saúde, Educação e Sustentabilidade.
Apesar da recessão, no oeste do Paraná o impacto não foi tão grave graças ao agronegócio. Prova disso é que foi no início deste ano os maiores municípios do oeste voltaram a contratar. Das seis maiores cidades da região, apenas Foz do Iguaçu demitiu mais do que contratou. Mesmo assim, o saldo regional chegou a 744 novos postos com certeira assinada em janeiro, conforme levantamento divulgado em março.
Política em evidência
Às vésperas de completar três anos, a operação Lava Jato teve balanço apresentado. Em março, as investigações já tinham descoberto R$ 4,1 bilhões pagos em propinas, tanto a políticos quanto a funcionários públicos. Desse total, R$ 577,8 milhões foram comprovados e estavam com ações julgadas em primeira instância na Justiça Federal.
Foi em março também que o ex-ministro do Governo Lula José Dirceu foi sentenciado pela segunda vez. A condenação: 11 anos e três meses de prisão em regime fechado. O juiz federal Sérgio Moro o condenou por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A investigação esteve relacionada ao pagamento de R$ 7,14 milhões em propina à diretoria da Petrobras e ao PT pela empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal de 2009 a 2012.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha também foi condenado por Moro a 15 anos e quatro meses de prisão. E a devolver à Petrobras R$ 4,6 milhões, dinheiro que teria recebido em forma de propina. A decisão elevou a tensão em Brasília sob o risco de Cunha fechar acordo de delação premiada.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito originados dos acordos de colaboração premiada, firmados com 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht e da Braskem. Foram solicitados 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem prerrogativa de foro. Além de sete arquivamentos e 19 outras providências.
Ainda em âmbito de política nacional, o STJ negou pedido de liminar do ex-presidente Lula para suspender a ação sobre o triplex no Guarujá, que estava sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba. A defesa de Lula tentou conseguir a nulidade absoluta de toda a ação por meio de um habeas corpus.
No Paraná
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Paraná abre procedimento para investigar uma dívida bilionária deixada pelo ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet. Conforme denúncia, o montante chegou a R$ 1,2 bilhão, do qual R$ 612 milhões sem empenho prévio, que é instrumento legal para pagamento. A denúncia foi entregue diretamente ao presidente da Corte, conselheiro Durval Amaral, que acolheu a documentação e determinou a imediata tramitação.
Em Cascavel
Em Cascavel, a 7ª Promotoria Pública abre inquérito civil que aponta supostas irregularidades em contratos firmados do Município com a Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) na gestão de Edgar Bueno. O contrato é de realização de cursos de formação continuada de professores. Na Promotoria, Sérgio Machado reforçou os indícios de irregularidades, por meio de gastos excessivos com contratações de docentes. Os contratos solicitados pela promotoria não foram encontrados e o município instaurou sindicância para apurar o que ocorreu e localizar a documentação.
Contra a dengue
A vacina gratuita para a prevenção contra a dengue chegou para cinco cidades do oeste do paraná. Trinta cidades do Paraná participaram da vacinação grátis contra a doença. As cidades escolhidas foram as que concentravam 80% dos casos registrados em todo o Paraná. No oeste, Foz, São Miguel, Santa Terezinha, Boa Vista e Maripá foram contempladas.
Rebelião em Piraquara
Durou mais de 20 horas a rebelião de detentas da Penitenciária Estadual de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O motim começou na noite de quinta-feira, quando uma agente penitenciária foi rendida por uma das presas. Armada e com um pedaço de caco de vidro, ela conseguiu as chaves das celas e liberou cerca de 120 mulheres que lá estavam. A agente relatou momentos de terror vividos nas mãos das presas. Além de outras seis detentas que foram feitas reféns.