BRASÍLIA – O relator do processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), disse que o pedido de nulidade da votação recomendado pelo relator do caso na Comissão de Constitução e Justiça, Ronaldo Fonseca(Pros-DF), – por ter sido feita por meio de votação nominal com chamada dos deputados – não se sustenta. Segundo Rogério, além de esse tipo de votação ter sido aprovada pelo colegiado, a regra a ser seguida é a da transparência e só seria violada se fosse para restringir a transparência, nunca para ampliar.
O regimento prevê a hipótese, não é específico, mas prevê. A regra é a transparência. Violaria a regra se o método adotado fosse para restringir a transparência, mas ele ampliou a transparência – disse Marcos Rogério.
O relator também rechaça a tese de que esse tipo de votação provocou o “efeito manada” em prejuízo de Cunha. Segundo ele, o próprio Wladimir Costa (SD-PA) mandou torpedo aos colegas de bancada, duas horas antes da votação, avisando aos colegas que votaria contra Cunha. O próprio Wladimir Costa declarou ao GLOBO que comunicou antes aos colegas que votaria contra Cunha, por meio de torpedo.
Autor do requerimento que garantiu a votação nominal com chamada dos deputados que está sendo acatado por Fonseca para anular a votação, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) diz que é mais uma estratégia do grupo de Cunha para protelar a votação da cassação em plenário.
Ele quer que isso continue se arrastando e entre no segundo semestre, aproveitando a desmobilização que acontece no período eleitoral. Dizem que ele está jogando tudo para vencer aqui na CCJ e é um ponto que pode dar brecha para o discurso deles. Mas apresentei o requerimento para dar mais transparência. Quando pedi, não achei que tinha crise. Não me arrependo. Uma semana a mais, uma a menos disse Zé Geraldo, acrescentando:
Cunha agora é um problema do governo Temer.