Cotidiano

Recapitalização de bancos italianos é exagero, diz ministro das Finanças

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ROMA – O ministro das Finanças da Itália, Pier Carlo Padoan, buscou diminuir, nesta terça-feira, as preocupações de que o golpeado setor bancário de seu país seja um risco para a zona do euro. Segundo ele, a necessidade de recapitalização para os bancos mais fracos é exagero.

Os bancos italianos, que enfrentam escassez de capital e ? 360 bilhões em empréstimos inadimplentes, se tornaram um foco de preocupação entre os ministro da União Europeia, principalmente após a decisão do Reino Unido de sair do bloco.

? Há uma imagem do sistema bancário italiano que é completamente distorcida em termos de cifras, créditos podres e necessidades de recapitalização que podem ser precisas ? disse o ministro sem dar números sobre as possíveis necessidades de capital

Em entrevista coletiva, Padoan afirmou que os problemas bancários não foram debatidos em um encontro de dois dias dos ministros das Finanças da zona do euro ? que formam o Eurogrupo ? em Bruxelas, encerrado nesta terça-feira, embora várias autoridades tenham comentado abertamente a questão.

Padoan disse que, na Itália, o ?sistema bancário é sólido e tem apenas algumas poucas questões críticas específicas?. Ele não mencionou nenhum banco.

?INSTRUMENTOS DE PRECAUÇÃO?

O ministro das Finanças da República Tcheca, Andrej Babis, publicou no Twitter nesta terça-feira, durante o encontro do Eurogrupo: ?Todos estão falando do Brexit como um grande problema, mas isso é apenas especulação. A saúde de alguns bancos italianos pode ser um problema maior para a Europa?.

Sobre essa mensagem, Padoan não respondeu diretamente, mas disse à imprensa que foi ?sem fundamento? dizer que os bancos italianos impõe um alto risco.

A Itália está em negociações com a Comissão Europeia para encontrar uma maneira de ajudar seus bancos mais fracos, incluindo o Monte dei Paschi di Siena ? o terceiro maior do país e mais antigo do mundo ? dentro das regras da União europeia, que exigem que investidores privados devem incorporar perdas antes da concessão de qualquer resgate estatal aos bancos. Na segunda-feira, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem afirmou que essas regras não serão alteradas para ajudar a Itália.

Qualquer intervenção pública seria feita ?em proteção total das famílias e contribuintes?, disse o ministro italiano. Segundo Padoan, o governo da Itália está planejando ?instrumentos de precaução? às instituições financeiras, caso sejam necessários, e ?completamente em linha com regras da UE?.

Sob novas exigências em vigor desde janeiro, bancos creditícios só podem receber ajuda governamental após testes de estresse europeus indicarem escassez de capital. Padoan indicou que reconhece essa condição.